Aliar economia de gastos públicos à sustentabilidade, mas sem perder de vista a receita tão cobrada pelo Ministério da Educação (MEC) cuja base é a eficiência. Essa equação vai garantir a instituições federais de educação profissional e tecnológica verba de R$ 60 milhões para aquisição e instalação de 852 usinas fotovoltaicas. A expectativa é gerar economia de R$ 17,7 milhões anualmente em contas de energia elétrica. Em Minas Gerais, seis instituições vão receber o recurso e abocanhar R$ 8,6 milhões (14,4% do total).
O ministério acredita que a economia será revertida ao ensino, pesquisa e extensão dos câmpus. Somente em 2018, as instituições gastaram R$ 168 milhões com energia elétrica. Para repassar os recursos foi criada uma matriz de distribuição. Foram levados em consideração dados de eficiência acadêmica (número de matrículas no período da noite, oferta de cursos técnicos e evasão de alunos, por exemplo), a quantidade de unidades acadêmicas de cada instituição e o custo da energia em cada região.
A Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, é um exemplo. É considerada modelo de gestão, figurando no primeiro lugar, entre as universidades, no Índice Integrado de Governança e Gestão Públicas (IGG), levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para medir a capacidade das instituições públicas federais de gerir seus bens. O MEC avisou que essa pontuação será determinante na repartição de verbas. Ela está instalando uma usina fotovoltaica e, somente o primeiro módulo vai responder por 15% de toda a energia da Ufla, diminuindo os gastos. Com o tempo, a ideia é não apenas suprir os recursos do câmpus, mas também vender energia para a Cemig.
Gastos Das seis instituições mineiras, o Cefet-MG (maior instituição de educação profissional e tecnológica do estado) terá a menor parcela: R$ 1.185.486,29. A soma do consumo mensal de seus 11 câmpus chega a 319,9 mil megawatts e a conta, a R$ 2,9 milhões por ano. A fatura maior é do câmpus 1, na Avenida Amazonas, na Região Oeste de Belo Horizonte, que paga R$ 1 milhão anualmente de conta de luz.
Pelos cálculos da instituição, seria necessário investir R$ 6,5 milhões para gerar 100% do que é consumido em todas as unidades, sendo R$ 2,2 milhões no câmpus I. Com recursos próprios, o Cefet vai aplicar mais R$ 1,2 milhão, num total de R$ 2,3 milhões. Segundo o diretor-geral Flávio Santos, o recurso será usado para atender prioritariamente aos câmpus do interior, onde será possível gerar 100% de energia por meio de usinas fotovoltaicas.
Serão beneficiados os Cefets de Araxá (Alto Paranaíba), Divinópolis (Centro-Oeste), Leopoldina (Zona da Mata), Timóteo (Vale do Aço), Varginha e Nepomuceno (Sul do estado), Curvelo (Região Central) e Contagem (Região Metropolitana de BH). No câmpus I, o investimento deverá ser feito no ano que vem.
Esse é um passo importante na ambição da escola. “Será lançado um programa de sustentabilidade em fevereiro que visa a tornar o Cefet-MG instituição de referência na área ambiental”, afirma Flávio Santos. A ideia é dar visibilidade a diversas iniciativas hoje já existentes, com autogeração de energia e eficiência energética, reciclagem de resíduos, redução e destinação adequada de resíduos de laboratórios, conscientização ambiental e reaproveitamento de água pluvial. (JO)
A energia fotovoltaica utiliza a radiação emitida pelo Sol para gerar energia elétrica. Após a instalação das usinas, mais de 5 mil toneladas de CO2eq (equivalente de dióxido de carbono) devem deixar de ser emitidas para a atmosfera. Cada placa solar tem, em média, vida útil superior a 25 anos.
Como é o funcionamento
A energia fotovoltaica utiliza a radiação emitida pelo Sol para gerar energia elétrica. Após a instalação das usinas, mais de 5 mil toneladas de CO2eq (equivalente de dióxido de carbono) devem deixar de ser emitidas para a atmosfera. Cada placa solar tem, em média, vida útil superior a 25 anos.