Jornal Estado de Minas

Jovem agredida em bar de BH revela que foi ameaçada de morte e se revolta por não ter sido ajudada

“Minha revolta é ver que vários homens estavam ao meu redor e ninguém fez nada.” Esse é o relato da jovem de 21 anos, que não quis ser identificada, agredida no final de semana dentro de um bar no Bairro União, na Região Nordeste de Belo Horizonte. 



Ouvida pelo Estado de Minas, a jovem conta que estava à procura de um bar para se sentar na Rua Alberto Cintra. Depois de encontrar um local, ela solicitou ao garçom que providenciasse uma mesa. Foi quando os rapazes que estavam ao lado se incomodaram com o pedido dela. “Eles não queriam deixar o garçom colocar a mesa do lado deles, não sei bem se foi porque eles estavam sem mesa ou se eles não queriam que eu me sentasse lá”, relata.

Ela diz que então entrou no bar a procura do gerente. Enquanto conversava com ele, um rapaz entrou na discussão. Foi quando o agressor chegou acompanhado de um outro homem. Segundo a vítima, o rapaz já teria chegado gritando. “Falou que ia me matar e, no que eu respondi, ele me empurrou.” Veja vídeo;
 

 

No vídeo é possível ver o momento em que a moça cai com a força do empurrão. “Quando eu tentei me levantar, ele e o homem de cabelo grisalho me empurraram de novo.” Ela conta que na segunda queda se sentiu tonta e desnorteada. Nas imagens é possível ver que novamente ela consegue se levantar. Exaltada, a jovem se dirige às pessoas que assistem a cena. Na sequência, ela vai até o agressor que a atinge com um soco.

“Eu desmaiei e quando acordei ele já tinha fugido. Machuquei o pescoço, o rosto, os braços, a mandíbula e a cabeça. Fiquei bastante revoltada em ver a covardia. Tinha mais de 10 homens em volta, as pessoas tentavam me segurar, mas ninguém segurava ele. Eu estava caída no chão, um agressor de um lado e o outro do outro e todo mundo olhando”, relembra, ainda abalada



A jovem, que acompanhou a repercussão do caso, disse que ficou frustrada com os comentários que leu. "As pessoas querem achar uma justificativa para um ato absurdo, pessoas que não sabem como tudo começou. Uma coisa é discutir com palavras no calor do momento, mas quando a pessoa te agride ela perde totalmente a razão".

Ainda no domingo, a vítima registrou um boletim de ocorrência. Segundo o pai da jovem, que também preferiu não ter o nome divulgado, nesta manhã ela realizou um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da capital.
 
* Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira