Jornal Estado de Minas

Suspeita de compartilhamento de agulha em escola mobiliza saúde em Juiz de Fora



Mais de 80 pessoas já foram atendidas em unidades de saúde de Juiz de Fora, na Zona da Mata, após denúncias de que uma mesma agulha teria sido utilizada em testes de glicemia durante uma feira de ciências em uma escola municipal no último fim de semana. Quem participou da atividade está recebendo medicação diante do possível incidente de risco biológico. Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso.



O caso aconteceu no sábado em uma instituição de ensino no Bairro Parque Independência. Vários alunos e familiares teriam feito o teste de glicemia com a mesma lanceta. Ao saber do caso, a diretoria avisou aos pais dos alunos na segunda-feira. 

Um adolescente de 14 anos disse à reportagem da TV Alterosa que uma colega da mesma idade realizou os exames nos participantes da feira usando o próprio aparelho. Uma professora teria explicado o funcionamento do aparelho e trocado a agulha nesse teste, mas os exames seguintes teriam sido feitos com o mesmo insumo. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, os resultados de todas as testagens realizadas nas 84 pessoas que estiveram no Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) até terça-feira deram negativo para HIV e hepatites virais. 



“A Secretaria de Saúde informa que está trabalhando de forma ininterrupta para prestar assistência as pessoas que participaram do evento”, diz a nota enviada pela pasta ao Estado de Minas nesta quarta-feira. “No CTA, todos foram atendidos por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro assistente social e psicólogo. Na ocasião, o infectologista responsável pelos atendimentos conversou e orientou todos os presentes, de forma individual, a fim de sanar todas as dúvidas”, diz a nota. 

A Secretaria explica que todos os pacientes que passaram por atendimento médico saíram no CTA com a medicação necessária para prosseguir com o tratamento. A Secretaria ainda afirma que não há falta do medicamento antirretroviral, conhecido como coquetel, no Sistema Único de Saúde (SUS) de Juiz de Fora. 

A Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora instaurou procedimento interno para verificar os fatos e ver quantas pessoas teriam usado a mesma agulha.

A Polícia Civil informou que um inquérito foi aberto para apurar os fatos. O caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia de Polícia Civil. Equipes fazem diligência nesta quarta-feira. Também estão sendo colhidos depoimentos de pessoas envolvidas.