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Estado de Minas

Estudante de direito morre ao cair de trenzinho na Praça da Savassi

Acidente ocorreu durante a madrugada. Jovem e colegas alugaram o passeio para comemorar a formatura. Queda ocorreu após uma briga, segundo testemunhas. Nesta manhã, dono da empresa contou ao EM o que viu e lamentou a morte


postado em 28/11/2019 09:40 / atualizado em 28/11/2019 13:27

Larissa Cristine Silva Maciel tinha 23 anos(foto: Reprodução da internet/Instagram)
Larissa Cristine Silva Maciel tinha 23 anos (foto: Reprodução da internet/Instagram)
Uma festa de formatura terminou em tragédia na madrugada desta quinta-feira na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A celebração de um grupo de estudantes de direito acontecia em um trenzinho e uma das jovens, de 23 anos, morreu ao cair de um dos vagões. Segundo o dono do veículo, que estava presente, e testemunhas ouvidas pela Polícia Militar (PM), o acidente ocorreu após uma briga entre a vítima e uma colega. 

Mateus Viana Machado é proprietário da empresa Trenzinho da Alegria BH, que trabalha com a atração na capital há 37 anos. Ainda abalado, ele falou à reportagem do Estado de Minas, por telefone, nesta manhã. Ele contou que o grupo era formado por cerca de 40 estudantes de duas turmas de direito do Centro Universitário Newton Paiva. Eles embarcaram na porta do campus e seguiram para uma volta pela Savassi. Além de Mateus, que coordenava a viagem, a equipe era composta pelo motorista, um segurança e quatro animadores que usam fantasias de personagens, dançam e fazem acrobacias. Os estudantes estavam bebendo.

A queda ocorreu na Praça da Savassi, onde eles haviam feito uma parada. A pausa faz parte da festa para que as pessoas dancem e se divirtam com os animadores. Foi quando a briga entre as duas universitárias começou. “Uma menina de uma sala e a outra discutiram”, contou. Segundo ele, uma outra estudante o procurou para falar da confusão, dizendo que as colegas estavam embriagadas e que elas não deviam continuar a viagem com o grupo. “Eu não deixo ninguém para trás. Faltava meia hora de festa. Disse, 'coloca cada uma em um vagão e a gente vai embora e termina a festa', e a gente parado”, contou Machado. 

A briga teria continuado por causa do celular da vítima, que teria sido deixado no vagão para onde a outra moça foi levada. Quando o trenzinho estava arrancando para seguir viagem, uma pessoa disse a ela que a rival tinha quebrado o telefone. A jovem queria tirar satisfações. “Ela levantou para descer, o meu segurança parou na frente dela e falou que não podia, tentou segurá-la. Ela chutou o peito do meu segurança, ele caiu e ela caiu atrás dele. O 'Fofão' também tentou segurá-la. O cabelo dela, grande, pegou na roda e puxou o couro cabeludo. Na mesma hora nós paramos, ela se machucou muito”, contou o empresário. 

A Polícia Militar foi acionada pouco depois da meia-noite, conforme registro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros também foram chamados pelos envolvidos. Machado diz que costuma parar perto de uma base da polícia na Savassi para evitar que pessoas de fora invadam as festas do trenzinho, o que facilitou o acionamento. A jovem foi levada para o Hospital João XXIII. “Ela faleceu agora de manhã”, contou. 

“A menina que mais estava curtindo a festa, brincando com todo mundo, falando que era o sonho dela, que era fã do Fofão”, lamentou. Segundo ele, a equipe está chocada. É a primeira vez que um acidente do tipo ocorre desde que eles começaram a trabalhar na cidade. “Todo mundo quer ir ao velório, estamos à disposição da família”, disse. 

Empresa do trenzinho atua em Belo Horizonte há 37 anos, segundo o proprietário(foto: Reprodução da internet/Facebook/Trenzinho da Alegria - BH)
Empresa do trenzinho atua em Belo Horizonte há 37 anos, segundo o proprietário (foto: Reprodução da internet/Facebook/Trenzinho da Alegria - BH)


Segundo o boletim de ocorrência registrado pela PM, uma testemunha confirmou que a jovem aparentava estar alcoolizada e discutiu com uma colega. Na versão da testemunha, a outra jovem estava desembarcada e a vítima queria descer para alcançá-la. Ela também conta que o homem que tentou segurá-la foi agredido. O motorista fez o teste do bafômetro, que deu negativo para consumo de álcool. A vítima, identificada como Larissa Cristine Silva Maciel, foi levada ao hospital com trauma no tórax e traumatismo cranioencefálico (TCE) grave. 

Os envolvidos estiveram na delegacia do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) ainda na madrugada. Mateus Viana Machado disse que o trenzinho se movimenta a 10 quilômetros por hora e que a documentação do veículo está regular. O trenzinho passou por perícia. Ele ainda conta que a outra jovem envolvida na discussão estava muito abalada.

"A Newton lamenta profundamente o acidente que resultou no falecimento da aluna, e presta solidariedade à família e amigos, neste momento de consternação”, informou o centro universitário por meio de nota. “A instituição esclarece que a comemoração foi organizada em ambiente externo às dependências da instituição e de forma autônoma, sem qualquer participação da Newton”, diz o texto. 

Investigação


Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), o motorista foi conduzido à Coordenação de Operações Policiais (COP), onde foi instaurado um procedimento para verificar a responsabilidade dele e causas do acidente.

 Ele contou que estava parado em um sinal no cruzamento das avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas e, quando começou a andar, pessoas gritaram para ele parar porque uma passageira havia caído sobre o veículo. O Detran confirmou que o teste do bafômetro deu negativo e que, neste primeiro momento, apenas o motorista foi ouvido. Ele foi liberado.

 Ainda segundo o Detran, o caso será encaminhado à Divisão Especializada em Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito. O óbito da jovem ainda não foi oficializado ao departamento, mas, quando isso ocorrer, o inquérito será instaurado imediatamente, segundo a assessoria. Imagens de câmeras de segurança da região também devem ser usadas nas investigações, além dos depoimentos das testemunhas que devem ser intimadas. 


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