Um gerente do Banco do Brasil de Manhumirim, na Zona da Mata, chegava em casa, por volta das 22h, com a família depois de ir a igreja. Quando entrou na residência, ele e mais quatro pessoas, entre elas crianças, foram rendidas. Começava ali os momentos de terror que duraram horas. Eles foram vítimas do crime do sapatinho. Os reféns foram libertados e um homem acabou preso pela Polícia Civil. Detalhes da investigação foram divulgados nesta terça-feira.
O crime teve início na noite de domingo. Mas a Polícia Civil só foi acionada na manhã de segunda-feira. “Por volta de 8h30, formos acionados pelo gerente do Banco do Brasil noticiando os fatos. A vítima nos contou que, por volta das 22h (de domingo), quando chegava da igreja com a família, ao abrir o portão da garagem foi abordado por dois sequestradores que levaram a família para dentro da residência”, contou o delegado Gleidson Souza Ferreira.
A polícia foi acionada por um outro gerente que já estava na agência quando a vítima chegou ao local.
Prisão e resgate dos reféns
Logo que ficou constatado a extorsão mediante a sequestro, equipes do Departamento de Operações Especiais (Deoesp) entraram nas investigações. Levantamentos foram feitos e o cativeiro foi descoberto em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Diante das informações, dos dados que a gente tem, e da mecânica que já conseguimos colecionar de fatos semelhantes a esse, a gente chegou até Contagem. Abordamos o veículo utilizado no crime e prendemos um dos envolvidos. Ele estava na frente do cativeiro”, contou o delegado Ramon Sandoli.
Os policiais entraram no imóvel que era usado como cativeiro, mas as vítimas não estavam no local. “Antes da nossa abordagem ao homem, membros da quadrilha percebendo a aproximação da Polícia Civil, que trabalhava de forma integrada, eles libertaram (as vítimas) em Pará de Minas. Foram resgatadas por equipes do Deoesp sem nenhum ferimento, mas passando trauma psicológico”, disse. Duas armas de fogo foram apreendidas.
Comando de dentro da prisão
As investigações vão continuar para tentar identificar outros membros da quadrilha que participaram do “crime do sapatinho”. Uma das suspeitas é que a organização criminosa tenha sido orientada por detentos de alguma unidade prisional de Minas Gerais. “Posso afirmar que todos os casos que apuramos de janeiro até hoje 100% destes crimes eram articulados e comandados por presos de unidade prisionais. Neste caso específico ainda estamos apurando sobre isso”, explicou Sandoli.