Acontece, neste sábado, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, a audiência de custódia de Natália Burza Gomes Dupin, de 36 anos. Ela foi presa depois de ofender um taxista negro no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da cidade. A mulher foi autuada em flagrante por injúria racial, desacato, desobediência e resistência após dizer ao motorista que “não andava com negros” e de se confessar racista. Ela foi levada para uma unidade do sistema prisional, mas poderá ser solta.
As audiências de custódia consistem na apresentação do preso em flagrante a um juiz no prazo de 24 horas. Após a audiência, o magistrado decide se o custodiado deve responder ao processo preso ou em liberdade, podendo ainda decidir pela anulação da prisão em caso de ilegalidade. No caso de Natália, ela será ouvida neste sábado. Segundo a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, ainda não há um horário definido.
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Mulher presa por injúria racial contra taxista em BH será ouvida por juiz neste sábadoPresa por ofender taxista negro, mulher responderá por injúria racial, desacato e desobediência 'Não pode deixar passar. É preciso denunciar', diz taxista vítima de discriminação racialMulher é presa por discriminação racial contra taxista em BH: 'Não gosto de negro' Juiz concede liberdade provisória a mulher presa por injúria racial contra taxista em BHEscalada da intolerância: semana termina com duas graves ocorrências em BHO taxista disse que questionou se a mulher sabia que estava cometendo um crime. Nesse momento ela respondeu, segundo o relato do condutor: “Não gosto de negro mesmo. Sou racista”. E cuspiu no seu pé, contou ele. Ela chegou a entrar em um dos táxis, mas foi impedida de seguir com a corrida. A vítima narrou que todos ficaram muito revoltados e tentaram agredi-la. Entretanto, a polícia chegou muito rápido. "Até então, ela estava muito calma. Ela se exaltou ao chegar à delegacia, onde precisou ser algemada", completou.
De acordo com a PM, quando os militares chegaram ao local, a mulher os ignorou. Acabou sendo conduzida para a Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec). Mesmo detida, segundo o boletim de ocorrência, a mulher continuou exaltada. De acordo com a PM, uma sargento pediu para ela se sentar na delegacia. Como resposta, foi chamada de “sapata”.
'Não pode deixar passar. É preciso denunciar'
O taxista conta que exerce a profissão há 16 anos como taxista e nunca havia sofrido nenhum tipo de preconceito, mas agora está revoltado. Segundo a vítima, desde o primeiro momento, a mulher foi muito arrogante e tinha certeza da impunidade. "Ela achou que diria o que disse e sairia impune. Disse que o pai é delegado e repetia 'você não sabe com quem está falando'". Luis Carlos ainda disse que é importante ficar atento: “O racismo não está só nas palavras usadas pela mulher. Pode ser muito sutil, mas precisamos denunciar”, disse o homem, que espera que o caso seja classificado como racismo.