Os temporais que atingem Minas Gerais continuam provocando estragos e mortes. Uma mulher foi arrastada por uma enxurrada durante a chuva forte que atingiu Muriaé, na Região da Zona da Mata, na noite dessa sexta-feira. Ela ficou presa embaixo de um carro, chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu em um hospital da cidade. Daniela Carla de Oliveira Silva, de 41 anos, pode ser a sexta vítima do período chuvoso 2019/2020. Diversas ocorrências foram registradas na cidade.
A chuva forte atingiu Muriaé na noite de sexta-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram registradas diversos chamados. Ruas foram alagadas, árvores caíram, e garagens de prédio acabaram inundadas. Em algumas ruas da cidade, a água encobriu e arrasou carros. Casas também desabaram. “Agradeço a Deus por mas um livramento. Minha casa desabou com a chuva. Consegui sair ilesa com minha filha nos braços. A chuva acabou com tudo”, disse uma moradora por meio das redes sociais.
A ocorrência mais grave aconteceu no Bairro Santa Terezinha. Daniela Carla foi arrastada por uma enxurrada que tomou a Rua Tombos. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela acabou ficando presa embaixo de um carro. Chegou a ser socorrida pelos militares para o Hospital São Paulo, mas morreu na manhã deste sábado. “Neste momento de dor, toda a equipe da Prefeitura se solidariza com seus familiares e ratifica os votos de pesar pela perda”, afirmou, em nota, a prefeitura da cidade.
Por meio do Facebook, a administração municipal informou que o temporal atingiu proporções que não eram esperadas. “A Defesa Civil já está em campo fazendo as devidas vistorias. Já a Secretaria de Saúde está a postos para efetuar atendimentos que se fizerem necessários, enquanto o Demsur aguarda para iniciar o trabalho de limpeza assim que a chuva cessar. O volume de chuva foi imensamente superior ao esperado; neste momento, a situação começa a voltar ao normal, mas a recomendação é que a população se mantenha atenta nas próximas horas”, comunicou.
Alerta em dezembro
Dados da Defesa Civil mostram que os temporais em dezembro são mais intensos, provocam mais estragos e mais mortes. Levantamento feito pelo órgão entre 2013 e 2018 mostra que das 57,4% dos incidentes fatais ligados à estação chuvosa ocorreram no último mês do ano. É também o período em que as cidades mais decretam emergência. Nos cinco anos de estudo, foram 116 decretos em dezembro. O segundo mês com mais pedidos de ajuda dos municípios foi janeiro, com 25.A temporada de chuva 2018/2019, que começou em outubro, seis pessoas perderam a vida e um sexto óbito está sendo investigado, em Belo Horizonte. Dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) mostram que quase 5 mil pessoas já tiveram prejuízos com os temporais e 10 cidades decretaram emergência. Moradores da cidade histórica de Diamantina contam os prejuízos depois de inundações e quedas de muros.