A Polícia Civil concluiu, nesta segunda-feira, o inquérito sobre a realização de testes de glicemia com agulhas compartilhadas em uma escola municipal de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Três pessoas foram indiciadas.
A investigação teve início depois que foram registrados três boletins de ocorrência. Vinte pessoas foram ouvidas durante o inquérito. A delegada Ione Barbosa decidiu indiciar a professora de ciências, a diretora e a coordenadora da escola.
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Veja a reportagem da TV Alterosa (em 5:38)
“Entendemos que as três devem sim responder pelo artigo 132 do Código Penal, em concurso material, tendo em vista que até o momento temos no nosso conhecimento no mínimo 47 pessoas que fizeram o exame. Sem prejuízo de outras pessoas que também fizeram coquetel e falam que são 84 pessoas”, disse a delegada sobre os moradores que procuraram unidades de saúde para receber o medicamento antirretroviral, para evitar infecções transmitidas pelo sangue, como o HIV.
“Seriam 84 vezes o crime do artigo 132, que é exposição da vida e saúde das pessoas ao perigo. O que não prejudica também se houver efetivamente uma lesão grave ou gravíssima. Todas três podem responder por crimes mais graves. A pena é de detenção de três meses a um ano”, detalhou Ione Barbosa.
Os testes de glicemia foram realizados durante uma feira de ciências em 23 de novembro. O caso foi notificado dois dias depois e foi tratado como um surto pela prefeitura. Depois da participação na feira, 84 pessoas procuraram atendimento médico.
A Polícia Civil apurou que uma aluna ficou responsável por levar o aparelho e outra, as fitas usadas no teste de glicemia. De acordo com a delegada responsável pelo caso, a professora sabia que o número de agulhas e fitas era insuficiente para a feira de ciências.
Paralelamente a investigação da Polícia Civil, a Secretaria Municipal de Educação realiza um procedimento interno para avaliar a responsabilidade no caso.