A cidade guarda muitas surpresas para os moradores – e olha que a descoberta, mesmo num dia de chuva, pode ser emocionante – e, mais do que isso, reveladora. Berço do samba, canto da boemia e pleno de histórias boas de ouvir, o Bairro da Lagoinha , na Região Noroeste de Belo Horizonte, tem também um mirante pouco conhecido, aonde se chega subindo “a vida inteira” a Rua Pedro Lessa e cruzando vias. Para ir lá, e não se perder, melhor mesmo é ser guiado por alguém conhecedor da área, e, nesse caso, a equipe do Estado de Minas tem a companhia do presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santo André e do bloco carnavalesco Leão da Lagoinha . Na conversa com Jairo Nascimento Moreira, de 56 anos, quatro filhos e oito netos, vê-se, de imediato, que a Lagoinha traduz um “estado de espírito” e representa um grande território, formado também pela Pedreira Prado Lopes, Santo André, São Cristóvão, Bonfim, o complexo viário e adjacências tradicionais da capital.
''A Lagoinha respira e inspira cultura''
Jairo Nascimento Moreira, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santo André e do bloco carnavalesco Leão da Lagoinha
ÍCONE
Depois da conversa agradável, vamos caminhar pela Itapecerica, que já teve áureos tempos como polo de antiquários e venda de mobiliário de época, mas ainda pode ser considerada um dos ícones da região. Andando pela via pública, veem-se vestígios da passagem dos italianos pelo bairro. Para homenagear o país natal, em 1930, foi construída, com projeto dos arquitetos Otaviano Lapertosa e João Abramo, uma imponente residência, que ficou conhecida como Casa da Loba por ostentar o animal bem no alto da fachada. O bicho sumiu e, segundo vizinhos, duas águias decorativas bateram asas; o projeto original foi todo desfigurado e o interior do prédio perdeu a forma.''Gosto muito da Lagoinha. Tem muita gente boa, tem história''
Manoel Almeida, comerciante que está desde 1971 em BH