O médico ginecologista Edilei Rosa de Novaes, de 74 anos, voltou para a prisão nesta segunda-feira. Ele foi encontrado em casa por policiais civis durante o cumprimento de mandado de prisão preventiva. Já foram feitas 20 denúncias de mulheres por abusos sexuais praticados pelo profissional de saúde. Segundo a delegada Juliana Califf, responsável pelas investigações, as vítimas têm entre 16 e 60 anos.
O médico chegou a ser preso em 26 de novembro, mas acabou solto dias depois ao pagar fiança. Devido a mais vítimas procurarem a delegacia, a prisão preventiva foi pedida pela delegada. “Foram novas denúncias, outras 19 vítimas compareceram a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Já ouvimos todas as as pessoas nos casos investigados. Vamos analisar os depoimentos das vítimas para saber o que procede e o que não procede”, explicou a delegada.
Segundo Juliana Califf, as vítimas têm entre 16 e 60 anos. Algumas delas, alegam terem sido abusadas há um tempo. A delegada ressalta que mesmo as pessoas que sofreram os crimes no passado devem procurar a delegacia. “Importante que procure a Polícia Civil para que a gente analise cada caso e ver o que está prescrito, e o que não está”, comentou.
Nesta segunda-feira, os policiais cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão em alguns endereços do médico. Ele acabou encontrado em casa e não reagiu a prisão. Em um escritório, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, como computadores e celulares. Ele vai responder por importunação sexual, violação sexual mediante fraude, e assédio sexual.
Os casos
As denúncias contra Edilei Rosa vieram à tona na última quarta-feira, quando ele estava de plantão no pronto-atendimento. Por volta das 16h, atendeu uma jovem que havia colocado DIU intrauterino há poucos dias e estava sentindo muita dor. Durante os exames, ele teria assediado e tentado beijar a paciente. O namorado dela a aguardava na sala de espera. Após ouvir o relato da moça, tentou tirar satisfações com o médico e depois acionou a polícia.
Segundo a jovem, enfermeiras teriam relatado à polícia que outros casos já teriam acontecido, inclusive com funcionárias. Algumas delas diziam que o apelido do médico dentro do hospital era "João de Deus", em referência ao médium preso suspeito de abordar de várias mulheres durante atendimentos espirituais em Abadiânia, interior de Goiás.