Se um dos objetivos da publicidade é tornar os sonhos possíveis, o publicitário Orlando Pacheco, 77 anos, cumpriu com seu dever como poucos. Em um universo onde as relações são cercadas de contrariedades, Pacheco fez história assinando campanhas políticas vitoriosas, ao longo de décadas de trabalho. Sempre prezando pela ética e pela sensibilidade, o mineiro de Belo Horizonte sabia como tocar o coração das pessoas através da comunicação.
Orlando Pacheco faleceu, na tarde de segunda-feira (16/12), em Brasília, como um dos nomes mais respeitados do marketing político do país. Realizando tratamento contra um linfoma, teve uma infecção pulmonar que o levou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após receber alta, também na segunda, sentiu-se mal, com dificuldades para respirar e, antes de chegar ao hospital, morreu.
Autor de textos emotivos, estabeleceu a linguagem de diversos governadores do Distrito Federal com a população, criando vínculos e imagens eternizados por suas produções. Trabalhou nas campanhas políticas de Joaquim Roriz, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e, mais recentemente, do atual governador, Ibaneis Rocha. Pacheco também assinou a campanha de Fernando Collor ao governo de Alagoas, em 1986, dentre outras.
“Pessoalmente, era uma pessoa muita educada e calma. E, como publicitário, um dos melhores com quem eu tive a oportunidade de trabalhar na televisão. Um craque nessa linguagem televisiva e de imagem. Muito ético. Fazia questão de ter uma linguagem sempre propositiva, sem ofender ninguém. Uma pessoa que merece todo o respeito e admiração”, disse o ex-governador José Roberto Arruda.
Irmão do também publicitário Agnelo Pacheco e amante de artes como o teatro e a música, Orlando Pacheco bebeu na fonte do Clube da Esquina para forjar sua sensibilidade. Sem nunca esquecer de onde veio, sua travessia por Brasília deixará saudades.
Em um de seus últimos trabalhos, Orlando Pacheco assinou, em parceria com Marcelo Brandão, a campanha de Natal do Governo do Distrito Federal (GDF), deixando aos brasilienses, neste período de celebrações, um pouco de sua genialidade como lembrança.