Jornal Estado de Minas

Mineiro recuperado de câncer terminal após terapia pioneira morre; causa ainda é desconhecida

Morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas o mineiro Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, que tinha se recuperado de um câncer terminal depois de receber uma nova terapia celular que vem revolucionando o tratamento da doença. A causa do óbito ainda é desconhecida. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais na noite desta quarta-feira.



Informações extraoficiais indicam que ele teria morrido depois de sofrer uma queda em casa. Depois do óbito, o corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), mas a Polícia Civil ainda não dispõe dos resultados dos exames. "Somente após o laudo do exame de necropsia será possível saber se há ou não indícios de violência na morte de Vamberto Luiz de Castro. O corpo dele deu entrada no IML em 11 de dezembro, foi examinado e liberado. O laudo fica pronto em até 30 dias", informou a Polícia Civil em nota. 

Vamberto foi o primeiro paciente a ser tratado na América Latina a partir da inovadora técnica que usa células T do sistema imunológico retiradas do próprio paciente e geneticamente modificadas. Na maioria das vezes, basta uma única dose. O método consiste em usá-las após manipulação em laboratório que permite que possam identificar e passar a combater as células causadoras do câncer. Uma vez modificadas e injetadas novamente no paciente, elas se reproduzem aos milhões e atacam as células cancerígenas.

Como o Estado de Minas mostrou em outubro, o procedimento experimental foi empregado por médicos e pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) em setembro, e resultou na remissão da doença, um câncer no sistema imunológico, que já havia se espalhado e o levou a um prognóstico de apenas um ano de vida.

Como perdeu bastante peso e ficou deitado por muitos dias, Vamberto teria que fazer a recuperação do peso e exercícios de fisioterapia para que sua mobilidade voltasse ao normal, explicaram especialistas. Renato Cunha, um dos médicos responsáveis pela terapia, explicou à reportagem que ainda era cedo para dizer se Vamberto estava curado. “Mas ele não apresenta mais sinais da doença e era um paciente que já estava em cuidados paliativos”, sustentou naquela ocasião.