A mulher acusada de aplicar silicone industrial em pacientes em um salão de belezas em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai continuar presa. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou habeas corpus para Amanda Juliana Fernandes França, de 41 anos. A empresária Dayse Viviane Martins Lopes, de 34, que também foi presa recebeu liberdade provisória. As duas eram Chamadas de “mamães do bumbum” e teriam feito ao menos 100 vítimas de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e até vindas do exterior.
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Justiça concede liberdade para uma das 'Mães do bumbum' 'Mães do bumbum' expõem riscos da beleza a qualquer custo. Saiba como se proteger'Filhas do bumbum': dupla é presa por aplicar silicone industrial em mulheres“Até o momento o que se vê era Amanda Juliana quem mantinha o contato físico direto com as pessoas, as suas “clientes”, sendo ela quem injetava produtos químicos nos corpos das pessoas, produtos esses, que ela própria adquiria não se sabendo ao certo onde ou de quem, o que ainda demanda especial apuração”, completou o magistrado. A decisão foi publicada nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, o desembargador concedeu habeas corpus para Dayse. Entre os argumentos utilizados para conceder a liberdade, o magistrado afirma que a ré não demonstrou que, em liberdade, “colocará em risco a ordem pública, prejudicará a instrução criminal ou a eventual aplicação da lei, até mesmo porque é primária”.
O caso
As duas mulheres seriam administradoras de um grupo em uma aplicativo de mensagens, chamado de “Filhas do bumbum”. As investigações da Polícia Civil apontam que elas realizavam os procedimentos em um salão de beleza chamado Vivi Mãos de Fadas. Nenhuma das “mães do bumbum” é profissional de medicina, os únicos com licença para fazer procedimentos invasivos, que por si só já implicam riscos e exigem cuidado e planejamento. Em outra ocorrência, uma mulher de 48 anos morreu durante cirurgia para a redução de mama em uma clínica no Barro Preto, na Região Centro-Sul de BH.
O flagrante envolvendo o uso de silicone industrial foi feito em 6 de dezembro, no momento em que era realizada a aplicação do produto, impróprio para esse fim, nas nádegas de uma das vítimas. Os levantamentos apontam que Dayse era a responsável pelo agendamento dos procedimentos pelo aplicativo, enquanto Amanda, que é do Rio de Janeiro, ia uma vez por mês a Contagem para realizar a aplicação do silicone industrial – produto utilizado na limpeza de carros, impermeabilização de azulejos e vedação de vidros.
Segundo as investigações, Amanda cobrava cerca de R$ 4 mil por cada aplicação e saía do Rio de Janeiro para fazer as aplicações em Belo Horizonte. Dayse seria a responsável por captar clientes, com comissão de 10% do total do tratamento. Pelo retoque, era cobrado mais R$ 1 mil. A investigação começou depois de quase 10 vítimas irem até uma delegacia com deformidades no corpo e processo inflamatório.