A Polícia Civil de Minas Gerais acredita ter desbaratado uma das maiores quadrilhas de furto de carros do estado. Segundo o delegado Thiago Lima Machado, da 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, ela era comandada por Amauri Lima da Silva, de 29 anos, preso no último dia 16 e que tem nada menos que 40 Registros de Eventos de Defesa Social (Reds) no sistema de segurança mineiro.
“Amauri também era chamado de Professor, pois teria ensinado técnicas do crime a muitos comparsas. Ele foi preso em casa, em Ibirité, e no local foram encontradas muitas centralinas (dispositivo eletrônico utilizado no controle de uma grande variedade de dispositivos mecânicos e elétricos/eletrônicos dos automóveis) e uma tesoura que era utilizada para o arrombamento dos veículos”, explica Machado.
Entre os locais preferidos por Amauri e sua gangue estão o bairro Caiçara, na Região Noroeste da capital mineira, e Eldorado e Novo Eldorado, na vizinha Contagem. Os veículos furtados, com valores entre R$ 20 mil e R$ 40 mil, eram vendidos a outros criminosos, como traficantes, por valores até R$ 4 mil.
Alguns eram desmontados e tinham as peças vendidas em ferros velhos.
Como integrantes da quadrilha do Professor foram identificados Filipe de Almeida Rocha, o Maçarico, de 25 anos; e Wesley Henrique de Almeida Silva, o Magrão ou Dunga, de 28.
Filipe foi preso junto com Amauri em 16 de dezembro, mas como o mandado de prisão contra ele era temporário, foi libertado depois de cinco dias e segue usando tornozeleira eletrônica por conta de condenação por outro crime. Já Wesley está foragido.
Ele estaria ao volante de um Fiat Siena usado pela quadrilha em 4 de outubro, quando furtaram dois veículos. Primeiro, levaram uma Fiat Strada. Depois, arrombaram um Ford Ka, do qual foram retirados equipamentos eletrônicos avaliados em R$ 30 mil.
“Os três são de Ibirité e amigos de infância. Com o tempo, viraram comparsas no crime”, diz o delegado responsável pela Operação Gazua, que durou três meses e que revela que os criminosos, quando não conseguiam levar o veículo, tiravam o que podiam dele, como estepes e retrovisores, também revendidos.
''Bonzinho''
Chamou a atenção durante a explanação policial o fato de Amauri ter se sensibilizado com uma das vítimas. Depois de furtar veículo em Belo Horizonte, ele resolveu abandoná-lo depois de ver o proprietário fazendo apelo desesperado para ter o bem de volta, pois usava o mesmo para trabalhar e não tinha seguro.
Amauri e Wesley responderão por crimes de furto qualificado e associação criminosa. Já Filipe será indiciado por associação criminosa.