A Polícia Civil confirmou que três jovens com idades entre 14 e 18 anos procuram delegacias para denunciar um pastor de Belo Horizonte por abuso sexual. O caso veio à tona nesta semana. Por meio de nota enviada no fim da tarde desta quinta-feira, a instituição deu mais informações sobre as investigações.
O inquérito foi instaurado em 20 de dezembro, quando uma adolescente de 17 anos procurou a Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) contando que o pastor da Igreja Batista Getsêmani, que atua em Venda Nova, passou a mão nos seios e pernas dela.
No mesmo dia, uma jovem de 18 procurou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e relatou que teria sofrido abusos.
Segundo a polícia, na última segunda-feira, dia 23, uma adolescente de 14 anos também foi à delegacia. “Até o momento, na Depca, duas vítimas foram ouvidas e uma terceira pessoa prestou depoimentos como testemunha. Foram realizadas escuta especializadas, ou seja, os depoimentos foram feitos por uma psicóloga”, detalha a nota.
A Deam também está realizando outras diligências, além dos policiais da Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente. Como o caso envolve menores de idade, a polícia não vai dar mais detalhes para preservar as vítimas e evitar interferências na apuração.
“O suspeito ainda não foi ouvido. Seguindo o que determina a lei, como por exemplo, o Art. 400 do Código de Processo Penal, o suspeito só presta depoimento ao final dos trabalhos, para garantir o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório”, diz a nota. “As investigações giram em torno de importunação sexual, podendo resultar em estupro”, explica a Polícia Civil.
A instituição também orienta que as mulheres vítimas de abuso devem procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher, localizada na Avenida Barbacena, 288, no Barro Preto. Vítimas adolescentes devem comparecer à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, localizada na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 2175, bairro Carlos Prates.
O que diz a igreja
O pastor Jorge Linhares, líder da comunidade evangélica onde o pastor que está sendo acusado atua, também se manifestou sobre o caso. Por meio das redes sociais, ele pediu que o caso seja investigado para que não haja injustiça.
“Existem alguns verbos que devemos conjugar bem definidamente. Acobertar, a igreja batista Getsemani não acoberta os pecados, nem de pastor, e nem de membros. Segundo, outra coisa é acusar, acusar e acusar. Não faz parte da palavra de Deus e nem da nossa conduta. Terceiro, apurar. Quarto, se ele tiver algum erro, o pastor, da nossa Missão em Venda Nova, ele vai ser disciplinado. E outro verbo é restaurar. Vamos procurar restaurar a vida dele”, comentou Linhares.
“No Brasil, primeiro se acusa, e a pessoa depois é que vai se defender. É o que está acontecendo. Ele vai se defender das acusações. A igreja Getsemani hoje são 50 mil membros, fora os familiares, então, é uma igreja que tem uma representação muito grande em Belo Horizonte. São 300 pastores na igreja. Mas, pastor da igreja chama-se Jorge Linhares”, completou.
Em nota, os advogados do suspeitos negaram as acusações. "Os fatos narrados não são verdadeiros e a defesa já possui todos os elementos para demonstrar a sua inocência. Infelizmente, o tempo do processo não costuma ser tão célere quanto o de pessoas mal-intencionadas, que utilizam a velocidade das redes sociais para propagar falsas informações. Mais triste é perceber que jovens estão sendo utilizados como ferramenta em um jogo de interesses pessoais que têm por objetivo manchar a reputação de um homem que passou a vida a serviço da comunidade."