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Estado de Minas

Semad vê uso de cava de mina em Brumadinho como positiva

Para se ter uma ideia, a cava de material rochoso poderia abrigar até 27 milhões de metros cúbicos de rejeitos, quase quatro vezes o volume estimado de rejeitos esparramados ao longo do manancial


postado em 27/12/2019 06:00 / atualizado em 27/12/2019 08:20

Obras da mineradora Vale dentro da área da Mina Córrego do Feijãoo(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Obras da mineradora Vale dentro da área da Mina Córrego do Feijãoo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


A utilização da cava da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, para reter os rejeitos de minério de ferro despejados depois do rompimento da Barragem 1 é vista com bons olhos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A reportagem do Estado de Minas mostrou ontem com exclusividade que estudos da mineradora Vale apontam que a antiga jazida escavada nas montanhas do município seria a melhor solução para dispor os sete milhões de metros cúbicos de rejeitos dispostos no vale do Ribeirão Ferro-Carvão.

Para se ter uma ideia, a cava de material rochoso poderia abrigar até 27 milhões de metros cúbicos de rejeitos, quase quatro vezes o volume estimado de rejeitos esparramados ao longo do manancial. Todo material só é recolhido após o aval do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), que ainda vasculha a área em busca de 13 desaparecidos dos 270 mortos pela maior tragédia com vítimas do Brasil.

Segundo a Semad, “esta atividade (disposição dos rejeitos) que consiste na utilização de uma cava de mina já desativada é considerada de potencial poluidor reduzido em relação à mineração em si, não se aplicando, uma vez que utiliza área já antropizada, critérios locacionais”.

A secretaria informa que a "Vale S.A. apresentou, em 29/11, solicitação de Licença Ambiental Simplificada, instruída com Relatório Ambiental Simplificado (LAS/RAS), nos termos da Deliberação Normativa Copam 217, de 6 de dezembro de 2017. Desse modo, é possível realizar uma análise expedita do processo, uma vez que tal ação é considerada, no bojo da recuperação ambiental das bacias do Córrego Ferro-Carvão e do Rio Paraopeba, como positiva”.

Ainda segundo a Semad, a solicitação ainda não compõe um processo administrativo formal, tendo em vista haver pendência quanto à documentação obrigatória. “Não obstante, tal solicitação e o relatório ambiental simplificado foram encaminhados para análise da Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri), com previsão de término da análise para até dois dias após a solução das pendências por parte do empreendedor, considerando-se que o RAS é estudo simplificado, ficando, portanto, na mesma média de análise de processos desta natureza em tramitação no Estado.”


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