A eficiência nas buscas e reconhecimento das vítimas do rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, apresenta índices que superam até o de catástrofes como o atentado terrorista que fez ruir as Torres Gêmeas do World Trade center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Bombeiros e peritos da Polícia Civil conseguiram retirar dos mais de 10 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos e identificar 259 dos 270 mortos (96%), enquanto que até hoje, na tragédia norte-americana, das 2.753 vítimas, 1.100 (40%) ainda estão sem identificação.
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Retirada de rejeito em Brumadinho começa de imediato. Permissão favorece bombeirosMilagre da vida: o Natal de quem escapou por pouco da morte em BrumadinhoBombeiros já vasculharam 95% da área de rompimento de barragem em BrumadinhoBrumadinho: técnica inovadora pode revitalizar natureza destruída em dez anosTreze detentos fogem de presídio no Serro; militares de BH vão ajudar nas buscasEm Brumadinho, 11 pessoas ainda precisam ser identificadas entre os segmentos mortais resgatados ou mesmo encontradas sob a área de 275 mil hectares que foi soterrada pelos rejeitos de minério de ferro. Os métodos usados pela Polícia Civil para a identificação dos cadáveres começou com a coelta de informações como roupas, objetos e adereços juntos aos corpos em campo. Enquanto isso, outras equis catalogavam particularidades das vítimas, como radiografias de fraturas, placas metálicas, intervenções de dentistas, tatuagens e outras características. Esse trabalho de peritos era seguido pelas técnicas da medicina legal para a identificação e cruzamento de dados, por impressões digitais, arcada dentária e radiografias, exames antropológicos e sequenciamento de DNA.
"A Polícia Civil se dedidcou integralmente, forneceu pessoal, convocou profissionais de férias, recebeu aposentados, pessoal técnico voluntário e a Polícia Federal. Para se ter uma ideia, um especialista em necropapiloscopia da UFMG conseguiu uma proeza e fez a identificação das digitais de uma mão após 10 meses de degradação", conta o superintendente de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil, Thales Bittencourt de Barcelos.
Até o momento, há 74 segmentos de corpos em análise na Polícia Civil e outros 52 foram considerados inconclusivos com as técnicas atuais. "É importante destacar que utilizamos o sequenciador de DNA mais moderno do mundo, chamado Illumina, que é a nossa derradeira resposta sobre a viabilidade da identificação ou não de um segmento", afirma.
Nos Estados Unidos, segundo o Memorial 9/11, a última pessoa identificada pela perícia de Exames Médicos da Cidade de Nova York foi um homem de identidade não revelada. Sua identificação ocorreu em julho de 2018, mas seus restos mortais tinham sido recuperados em 2013.
O atentado promovido pela Al-Qaida a mando de Osama Bin Laden ocorreu depois que 11 terroristas sequestraram e colidiram dois aviões de passageiros contra as torres gêmeas, no maior atentado já feito em solo norte-americano. A tragédia de Brumadinho é a maior em número de mortos da história do Brasil.
Entre os mortos do 11 de setembro, 343 eram bombeiros que socorriam vítimas, 23 eram policiais nova-iorquinos e 37 oficiais da autoridade portuária. Na operação de Brumadinho o índice de acidentes é zero de acordo com os Bombeiros.
Ainda estão desaparecidos em Brumadinho Olimpio Gomes Pinto, Juliana Creizimar de Resende Silva, Angelita Cristiane de Assis, Nathalia de Oliveira Araúji, Luis felipe Alves, Uberlandio Antônio da Silva, renato Eustáquio de Sousa, Tiago Tadeu Mendes da Silva, Lecilda de Oliveira, Cristiane Antunes Campos e maria de Lurdes da Costa Bueno.
Os últimos dois mortos identificados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil, por meio de exame de DNA, são de João Tomaz de Oliveira, de 46 anos, e Noel Borges de Oliveira, de 50. Eles eram funcionários terceirizados da Vale. João Tomaz trabalhava como motorista de caminhão-pipa e Noel era encarregado de obras. A divulgação da identificação se deu no dia 28 de dezembro.