Após a Prefeitura de Belo Horizonte conseguir barrar, na Justiça, o aumento do valor da passagem de ônibus na capital, o prefeito Alexandre Kalil usou as redes sociais para comentar o veto e endureceu o tom.
Na noite dessa segunda-feira, ele publicou em seus perfis no Twitter e Facebook: “A passagem este ano é R$ 4,50. Seja na Justiça, seja no diálogo ou seja no porrete…”. No Facebook, a postagem alcançou 3,7 mil curtidas.
A proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) era elevar a tarifa principal de R$ 4,50 para R$ 4,75, mas ela não foi homologada por Kalil.
O Consórcio Dez – que reúne oito das empresas que exploram o serviço na capital – recorreu então à Justiça e, no último dia 27, o juiz de plantão Rogério Santos Araújo concedeu liminar para que o novo valor fosse aplicado imediatamente.
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A Procuradoria-Geral do Município ressaltou que embora a decisão tenha efeitos provisórios, “não haverá reajuste até que nova decisão judicial seja proferida”.
O Setra-BH sustenta que o aumento da tarifa no início do ano não acontece isoladamente na capital mineira, mas em todas as principais cidades brasileiras.
“O valor das tarifas é calculado com base em fórmula paramétrica, definida por critérios técnicos e com índices da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que considera as variações dos preços do óleo diesel (25%), dos pneus (5%), dos chassis e carrocerias (20%), da mão de obra (45%) e de outras despesas, como as administrativas (5%). Diferentemente de outras cidades do país, o sistema de transporte coletivo urbano por ônibus de Belo Horizonte é 100% custeado pelos passageiros, por meio do pagamento das passagens”, informou o sindicato. (Com informações de Déborah Lima, estagiária sob supervisão)