A Polícia Militar prendeu mais um homem envolvido no caso de tortura e tentativa de homicídio contra o coronel Alex de Melo, de 50 anos, e a cabo Raiana Figueiredo, de 34. A detenção aconteceu na noite desta terça-feira (7). O casal levou dois tiros na cabeça e está internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte.
Segundo a PM, esse é o terceiro membro da quadrilha a ser detido desde o crime. Outros três morreram nessa segunda em confronto com a polícia.
De acordo com a corporação, o terceiro preso foi identificado depois que a polícia localizou um dos carros roubados no crime ocorrido na madrugada de segunda. O outro foi incendiado durante a fuga dos criminosos.
Ao chegar até o veículo, a guarnição se deparou com dois ocupantes, trabalhadores de um lava-jato. Eles não têm nada a ver com o crime, mas disseram para os policiais quem seria o proprietário do carro.
Quando os militares abordaram o “dono” do veículo, ele confessou que havia participado da tortura e da tentativa de homicídio. A polícia ainda não sabe dizer se houve resistência por parte do detido.
O crime aconteceu na casa dos militares Alex e Raiana, localizada em um condomínio de Igarapé, na Grande BH. A principal tese das autoridades é que a quadrilha entrou no imóvel no fim da noite de domingo e, ao saber que as vítimas eram ligados à PM, decidiu torturar o casal.
Investigação
Agora, as investigações seguem com a Polícia Civil. A corporação trabalha com a possibilidade da quadrilha ser formada por sete ou oito membros. Com isso, pelo menos mais um ainda é procurado pelas autoridades.
Diego Mateus de Oliveira Santana, de 23 anos, e Wendel Oliveira Silva Rodrigues, de 22, já foram detidos. Eles prestaram depoimento nesta terça.
Dos três homens que foram mortos após a troca de tiros com a Polícia Militar, apenas um foi identificado: Taysson Gustavo Gomes da Silva, de 18.
Segundo o delegado Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, do Deoesp, a ação está delineada. “Eles contaram que haviam feito um assalto em outra casa, no mesmo condomínio, e quando passaram em frente à residência dos policiais viram o portão aberto em momento em que o casal fazia uma limpeza na área. Foi quando resolveram entrar. Renderam o casal e quando perceberam que se tratava de militares, pois viram medalhas e troféus recebidos em homenagens ao coronel, decidiram torturar as vítimas”, disse o delegado.
Desde da chegada à casa até o momento em que resolveram abandonar o local, segundo o delegado, se passaram três horas.
“Eles amarraram as vítimas e depois passaram a torturá-las, agredindo os dois. Um dos bandidos resolveu, então, atirar no coronel e na cabo para depois fugirem. Não levaram nada, nenhum objeto, porque se tratava de um casal de militares. Só fugiram levando o carro, no qual atearam fogo, e dois celulares que foram dispensados na beira da BR-381. Esses aparelhos foram, inclusive, recuperados ontem. Serão examinados pela perícia.”, pontuou o chefe das investigações.
Marcus Vinícius disse também que, nesta terça, um grupo de peritos e de policiais voltou à casa para tentar encontrar pistas e coletar digitais que possam levar à captura de outros envolvidos.
O delegado afirmou, ainda, que a participação dos dois presos na ação também foram definidas. “Diego era motorista de um dos dois carros. Wendel estava com uma arma, que ele disse que era uma réplica, mas ainda estamos investigando isso.”
Os dois presos foram levados para o Presídio José Martins Drumond, em Ribeirão das Neves.
Recuperação
O Hospital João XXIII informou nesta terça que o coronel Alex recobrou a consciência. Apesar disso, ele segue incomunicável.
Segundo boletim médico, ele terá de passar por uma cirurgia no olho atingido por uma bala e para a reconstituição do maxilar, onde foi atingido por outro tiro.
Já Raiana segue em estado gravíssimo, na UTI do Hospital, sedada.