Jornal Estado de Minas

Executivo de Nova Lima é um dos pacientes com doença misteriosa investigada em MG

(foto: Arte EM)


Executivo de grande empresa é um dos pacientes internados com sintomas de doença misteriosa relacionada ao Buritis e que provocou a morte de um homem que havia estado no bairro, na Região Oeste de Belo Horizonte. O paciente mora em Nova Lima, e está hospitalizado desde 2 de janeiro, em estado grave, e teve que ser entubado na noite dessa quarta-feira, de acordo com uma fonte ouvida pela reportagem.




A fonte contou ao Estado de Minas que o executivo sentiu os primeiros sintomas na passagem de ano, quando estava em uma fazenda em Sete Lagoas. No retorno para Nova Lima, no dia 1º, o quadro se agravou e ele foi internado no dia 2 de janeiro.

Os sintomas começaram com um desconforto estomacal. Em casa, em Nova Lima, ele começou a perder a visão. Ao dar entrada no hospital, no dia 2, o homem apresentou insuficiência renal, sendo submetido a hemodiálise.

Ainda de acordo com o informante, médicos que atenderam o paciente fizeram diagnóstico inicial de intoxicação por metanol, que em geral é ligada ao consumo de bebidas alcoólicas - comumente cachaça -  processadas incorretamente. O metanol é um dos agentes investigados pela saúde pública de Minas Gerais como possível causador do quadro clínico dos pacientes, como informou ao Estado de Minas nessa terça-feira (7) o  subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Dario Brock Ramalho. A apuração, entretanto, ainda é inconclusiva e envolve outras possíveis intoxicações exógenas e agentes infecciosos. 




A fonte não soube informar se o executivo internado consumiu alimentos ou bebidas comprados no bairro, por onde passa diariamente a caminho do trabalho. Mas disse que ele tomou cerveja no último sábado do ano.

Nove casos de pacientes com quadros clínicos semelhantes, que incluem insuficiência renal sintomas neurológicos, foram notificados à Secretaria de Estado de Saúde, dois deles nessa quarta-feira. Um dos pacientes Paschoal Demartini Filho, de 55 anos morreu, e seu corpo passa por exames de necrópsia no Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte, onde chegou na noite dessa quarta-feira. Um caso foi descartado por não se enquadrar nos aspectos epidemiológicos em estudo. Os outros oito continuam em investigação.
 
NOTA CERVEJARIA BACKER
 
Após entrevista coletiva nesta tarde, a Polícia Civil divulgou laudo informando que a substância dietilenoglicol foi identificada em duas amostras recolhidas da cerveja Belorizontina na casa de clientes, que vieram a desenvolver os sintomas. Vale ressaltar que essa substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina, fabricada pela Cervejaria Backer. 
 
Por precaução, os lotes em questão - L1 1348 e L2 1348 - citados pela Polícia Civil, e recolhidos na residência dos consumidores citados, serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda haja algum remanescente no mercado. A Cervejaria Backer continua à disposição das autoridades para contribuir com a investigação e tem total interesse que as causas sejam apuradas, até a conclusão dos laudos e investigação.