A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito para apurar a causa e as possíveis responsabilidades sobre a morte de Gisele Soares de Carvalho, de 39 anos, que perdeu a vida na tarde dessa quarta-feira em uma clínica no Centro de Belo Horizonte, ao realizar um procedimento estético conhecido como bioplastia.
José Maria Vasconcelos, médico responsável por aplicar a técnica, prestou depoimento ainda no dia do ocorrido. Ele foi ouvido e liberado. Segundo ele, o caso foi uma fatalidade. “Eu injetei uma seringuinha de 3ml (nos glúteos) e quando eu fui injetar uma outra seringuinha ela ficou ofegante. Coisa que nunca aconteceu com ninguém”, relatou.
José Maria aplicava polimetilmetacrilato (PMMA) na vítima. O material não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nem pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para uso estético, porém não é ilegal. Gisele estava na 10ª aplicação do produto.
A Vigilância Sanitária esteve na clínica e interditou o local depois do caso. O estabelecimento tinha alvará sanitário para atividade de clínica médica restrita à consulta, portanto não tinha permissão para realização de cirurgias de qualquer natureza.
Mas, segundo o médico, o procedimento é considerado como minimamente invasivo e não se trata de uma técnica cirúrgica. “A vigilância sanitária alegou que o procedimento é cirúrgico. Mas não é cirúrgico, é um procedimento chamado de minimamente invasivo, não tem corte nenhum, não tem cirurgia nenhuma, não tem ponto nenhum”, se defende.
A PCMG informou também que aguarda o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML).
* Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira