Jornal Estado de Minas

INTOXICAÇÃO

Ministério da Justiça pede à fabricante da Belorizontina para mapear lotes contaminados em todo o Brasil

Por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o Ministério da Justiça notificou nesta sexta-feira a empresa mineira Backer, produtora da cerveja Belorizontina, para que mapeie em quais estados do Brasil os lotes contaminados (L1 1348 e L2 1348) foram encaminhados. Um laudo da Polícia Civil de Minas Gerais, apresentado nessa quinta-feira, confirmou que duas séries da bebida continham a substância dietilenoglicol, prejudicial à saúde. A ordem foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU)
 
Até o momento, a Backer informou que houve distribuição dos lotes investigados para BH e Região Metropolitana, Tiradentes, Ouro Preto e Centro Oeste do estado mineiro. Além de Minas Gerais, Brasília, Espírito Santo e São Paulo teriam recebido algumas garrafas das séries. A determinação de recolhimento foi reforçado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


 
O resultado completo do levantamento da Backer deve ser apresentado em até dois dias úteis ao Ministério da Justiça. Ao mesmo tempo, uma campanha de recall dos lotes contaminados deve ser colocada em prática pela cervejaria em todo o país.
 
De acordo com o Ministério da Justiça, a campanha da Backer deve conter informações pontuais aos consumidores, como identificação dos lotes contaminados e até ressarcimento pela compra da bebida adulterada.
 
Outra alternativa para a Backer seria comprovar que a cerveja Belorizontina não está ligada aos recentes casos de intoxicação no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, o que não deve acontecer, conforme acredita o Ministério da Justiça. Até esta sexta-feira, dez pessoas foram internadas com quadro de insuficiência renal e problemas neurológicos, possivelmente provocados pela ingestão da bebida.


 
Uma delas morreu na última terça-feira. A suspeita é de que a vítima, Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, bebeu a cerveja Belorizontina durante a festa de Natal de 2019, no Buritis. O genro de Paschoal, Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37 anos, também esteve na festividade e está internado com os mesmos sintomas. Até o laudo da polícia, o caso era considerado como alguma doença misteriosa.
 
De acordo com a Anvisa, o dietilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico. A substância pode causar insuficiência renal e hepática, podendo matar quando ingerido.