Uma joia singela e delicada do patrimônio mineiro foi de novo lapidada, pela restauração, para valorizar o patrimônio do estado. Após um ano, foi concluído o trabalho na Capela de Nosso Senhor dos Passos, no distrito colonial de Córregos, em Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas Gerais. O trabalho foi acompanhado pelos técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), com investimento de R$ 697,8 mil. De acordo com a instituição, foram contemplados os elementos artísticos do altar do templo e a imagem de Nosso Senhor dos Passos.
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Clima faz cogumelos brotarem em BHDestino para os rejeitos da barragemCasos sobem e Ministérios interditam cervejariaTomada pelo Iepha desde março de 1985, a Capela de Nosso Senhor dos Passos recebeu restauração arquitetônica de sua fundação e estrutura, esquadrias, alvenarias, cobertura, substituição do forro em madeira, instalações elétricas, SPDA, prevenção e combate a incêndio e pânico, rampa de acessibilidade, drenagem superficial e pintura. Segundo os técnicos, o restauro e a proteção revelam “um patrimônio singelo, expressivo e em harmonia com o sítio no qual está inserido”. A edificação passou por intervenções entre 1984 e 1985, ocasião em que foram executadas obras estruturais, carpintaria, telhados e drenagem do adro.
Em reportagem publicada em dezembro de 2018, o Estado de Minas mostrou a beleza de Córregos, com montanhas ao fundo, o casario formado por construções singelas, espaço gramado e um clima de paz que une a Capela de Nosso Senhor dos Passos à Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, de 1722. Nascido no início do século 18 e distante 24 quilômetros da sede do município, o distrito começava a ser beneficiado pelo programa especial do Iepha. Na época, a presidente da instituição, Michele Arroyo, resumiu: “Vamos preservar a estrutura urbana, que é bem típica do período colonial, com característica local”.
PRECIOSIDADES Considerado o mais antigo povoado de Conceição do Mato Dentro, Córregos, com 400 moradores, reúne “preciosidades históricas que, em cenário bucólico e interiorano, conserva muito da atmosfera dos primeiros tempos dos faiscadores que se debruçavam sobre o Rio Santo Antônio em busca dos metais preciosos”, de acordo com pesquisas do Iepha. Entre as heranças do período colonial, destaca-se a Matriz dedicada a Nossa Senhora Aparecida, reconhecida como patrimônio cultural de Minas.
O povoado foi fundado no início do século 18 por um grupo de bandeirantes chefiados por Gaspar Soares, Manuel Corrêa de Paiva e Gabriel Ponce de Leon, e o desenvolvimento se deu em função da exploração mineral, que entre as várias técnicas de mineração, usou uma bastante curiosa que empregava o aquecimento das rochas com fogo de lenha: após aquecidas, elas recebiam o choque térmico e o impacto das águas do rio, então represadas. O resfriamento súbito provocava o rompimento das rochas facilitando o trabalho dos mineradores.
Segundo o Iepha, a matriz construída em adobe e madeira é formada pela nave, capela-mor e corredores laterais, seguidos por sacristia. A fachada se assemelha ao modelo adotado em templos com torre sineira única central. Um detalhe que chama atenção está na iluminação natural da capela-mor, proporcionada por duas aberturas envidraçadas, localizadas bem próximas ao altar-mor, em cada uma de suas laterais.