Uma mulher foi internada em Viçosa, cidade da Zona da Mata Mineira, com suspeita de intoxicação pela cerveja Belorizontina, produzida pela Cervejaria Backer. A paciente deu entrada no Hospital São João Batista na última quinta-feira com sintomas de síndrome nefroneural, que causa insuficiência renal e problemas neurológicos.
Ela chegou ao hospital com duas garrafas da cerveja, de lotes diferentes. As séries também não são as investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais, que, por meio de laudo, atestou positivo para dietilenoglicol em dois lotes (L1 1348 e L2 1348) da Belorizontina. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a substância é um solvente orgânico altamente tóxico. Ela pode causar insuficiência renal e hepática, podendo matar quando ingerido.
Até essa sexta-feira, dez pessoas foram internadas em Minas Gerais com quadro de insuficiência renal e problemas neurológicos, possivelmente provocados pela ingestão da bebida em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Uma delas, que teria ingerido a bebida no Bairro Buritis, Região Oeste da capital mineira, morreu na última terça-feira.
Este pode ser o primeiro caso de intoxicação fora da Região Metropolitana de BH e também a primeira mulher com esses problemas de saúde. A paciente internada em Viçosa contou que comprou as bebidas na cidade da Zona da Mata, onde bebeu o líquido de uma garrafa. Ela também contou que tomou o restante no estado do Espírito Santo. Diretor administrativo do Hospital São João Batista, Sérgio Pinheiro explicou o caso e frisou que ainda se trata de uma suspeita.
“A paciente internou na última quinta-feira com sintomas semelhantes da possível síndrome nefroneural, ou doença misteriosa, como estavam chamando. Ela relatou o consumo da cerveja Belorizontina, uma cerveja adquirida em Viçosa, de dois lotes diferentes. A situação ainda é apenas uma suspeita. A paciente está clinicamente estável, mas ainda está internada em observação”, contou, ao Estado de Minas.
O diretor também informou que encaminhou amostras para perícia por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), para que o estudo fosse realizado da maneira adequada. “Ela levou as duas cervejas ao hospital. Entramos em contato com a SES e enviamos amostras a BH para poderem fazer a análise. Agora, se é um caso ocorrido pela ingestão da cerveja e se ela poderia estar adulterada, é a secretaria que informa”.
A Polícia Civil, que investiga o caso, informou que ainda não foi notificada de nenhum caso fora da Região Metropolitana de BH. A SES disse que ainda apura essa e outras denúncias e que não é possível classificá-la como um caso oficial.