A Associação Brasileira de Cervejaria Artesanal (Abracerva) solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a proibição do uso de dietilenoglicol e monoetilenoglicol no sistema de refrigeração de cerveja artesanal. "Requer ainda a proibição cautelar do uso de monoetilenoglicol e dietilenoglicol em tais sistemas até a elaboração de norma definitiva sobre o assunto com a comunicação geral às cervejarias registradas neste Ministério."
A entidade divulgou nota, assinada pelo presidente Carlo Giovanni Lapolli, em que destaca que a medida foi adotada diante dos fatos noticiados acerca da intoxiação de 10 pessoas, inclusive uma delas que morreu.
A entidadade destaca que a segurança no processo de contaminação compete à indústria de cervejas. "Ainda que a responsabilidade e garantia de segurança quantos aos processos produtivos da indústria de cervejas seja do fabricante, a legislação sanitária de produção de cervejas apresenta um vácuo quanto aos produtos possíveis de utilização como anticongelantes em sistemas de troca de calor (tanques e trocadores de placas) no processo cervejeiro", afirma.
Diante do que a entidade chama de "vácuo na legislação", considera fundamental elaboração de uma normativa. "É imperativo para a segurança geral dos consumidores que seja elaborada normativa para que reste clara a exigência de que substâncias que seja utilizada como anticongelantes em fluídos de sistemas de troca de calor que possam ter contato incidental com o produto final sejam de grau alimentício."
O Estado de Minas ouviu representantes do setor cervejeiro, que avaliam que o caso afetará negativamente a área em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, revelam perplexidade quanto à hipótese de o problema ter ocorrido na fábrica da empresa mineira. A Backer nega utilizar em sua planta de produção o dietilenoglicol, embora a substância tenha sido encontrada por perícia da Polícia Civil em garrafas da cerveja e em amostras de sangue de três dos pacientes que consumiram a bebida.