A cervejaria Backer entrou na Justiça para revogar o recall solicitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta segunda-feira (13). Segundo a empresa, a investigação das autoridades recai somente à marca Belorizontina, “não tendo qualquer relação com os demais rótulos da empresa, que possui processos autônomos de produção”.
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De acordo com o órgão público, a comercialização está suspensa até que seja descartada a possiblidade de contaminação dos demais produtos.
A determinação aconteceu depois que peritos da Polícia Civil encontraram as substâncias químicas dietilenoglicol e monoetilenoglicol em maquinários presentes no parque industrial da Backer, localizado no Bairro Olhos D'Água, Região Oeste de BH.
O Mapa esclarece que não há, entretanto, resultado laboratorial que confirme a presença de etilenoglicol ou dietilenoglicol, substâncias tóxicas usadas em processos de resfriamento, nas demais marcas da empresa.
“Os produtos estão sendo analisados e, caso existam resultados positivos, novas medidas serão adotadas”, informa a nota.
Mais cedo, a Backer voltou a dizer que não usa o dietilenoglicol, somente o monoetilenoglicol. A empresa também informou que “segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela polícia”.
Informou, ainda, que “mantém o foco nos pacientes e em seus familiares” e que “prestará o suporte necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio”.
Em caso de ingestão dos dois compostos orgânicos, a pessoa contaminada enfrenta exatamente os sintomas sentidos pelos 17 pacientes listados pela Secretaria de Estado de Saúde.
Eles sofrem com uma intoxicação exógena. Ela é a causadora da síndrome neufroneural pela qual passa esses hospitalizados.
Confira o comunicado da Backer na íntegra abaixo:
"A Backer informa que a medida de recall solicitada pelo Ministério da Agricultura está sendo objeto de apreciação judicial para revogação do ato. A cervejaria reitera que não faz uso do dietilenoglicol em seu processo produtivo e que o episódio apurado pelas autoridades limita-se ao lote “Belorizontina”, não tendo qualquer relação com os demais rótulos da empresa, que possui processos autônomos de produção".
Com informações de Déborah Lima e Flávia Ayer