Brumadinho - Com 355 dias de luta incessante em meio à lama de rejeitos despejados pelo rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) já vasculhou 95% de toda a área de 275 mil metros quadrados. Numa profundidade de 3 metros que compreende essa fase das buscas, já se encontrou 259 vítimas identificadas. Atualmente, 11 desaparecidos são procurados em 1% da área, restando 4%. Os números foram apresentados hoje pela corporação, num resumo dos quase 1 ano do rompimento.
Quando toda a área for devolvida a 3 metros de profundidade, toda a área será novamente vasculhada a novas profundidades. "Mesmo depois de remover e vasculhar os rejeitos, fazemos várias dobras (busca num mesmo material), até quatro vezes, para termos certeza de que não há segmentos de vítimas que podem ser enviados para serem identificados", afirma o tenente coronel Alysson Malta, comandante das operações do CBBMG em Brumadinho.
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De acordo com o comandante os Bombeiros foram os primeiros a chegar na área do desastre e serão os últimos a sair. "A operação só vai acabar quando todos os desaparecidos forem encontrados ou quando o estado de decomposição não permitir encontrar mais nenhum segmento", define o tenente coronel.
Duas soluções tecnológicas auxiliam nos trabalhos. A primeira foi a instalação de duas tendas de 15 mil metros quadrados - um campo e meio de futebol - como antecipou a reportagem do Estado de Minas. "Com a chuva ficaram inviáveis as buscas em alguns momentos e as duas tendas possibilitaram a resposta aí grande anseio dos familiares para que não cessem as buscas.
Caminhões e maquinário entram e jogam o material, quando não tem chuva concentra do lado de fora para a secagem. Sistemas de ventiladores inflam as tendas e lâmpadas holofotes aquecem o rejeito para quando precisam secar dentro", afirma o tenente coronel.
Outra novidade é a utilização da Estação de Tratamento de Minério a Seco (ITMS) que era usada pela vale para separar o minério úmido e que agora ajuda a fazer o mesmo com os rejeitos mas buscas por desaparecidos. "Estamos tentando adaptar para trabalhar com esse equipamento e assim peneirar o rejeito. É mais uma ferramenta. Trabalhamos planos a b e c ao mesmo tempo para potencializar as buscas
Fases da operação
Fase 1
Reação ao rompimento
Primeiras 72 horas
- Todos os recursos foram lançados em campo. Buscas por 24h e 195 pessoas acabaram salvas com vida
Fase 2
Planejamento Operacional
Dias 4 a 40
- Buscas superficiais em todo terreno com homens todo local
- Construção de acessos
- Demolições de estruturas
- Solicitação de recursos de outros estados
Fase 3
Rotina Operacional
Dias 41 a 60
Dias 41 a 60
- Utilização intensificada de cães, Escavações em áreas localizadas pelos animais
- Emprego de maquinário pesado
- Entrevistas com familiares e colegas de profissão para traçar onde estavam os desaparecidos
Fase 4
Rotina Operacional
Dias 61 ao 200
- Escavações pontuais com cães
- Mapas organizando todas as informações
- Magnetômetro de drone com radar sobrevoando e mostrando grandes estruturas para serem escavadas Escavações até 17 metros de profundidade
Fase 5
Busca na camada de 3 metros
Dia 201 ao atual
- Utilização combinada com perfuratriz para permitir um trabalho mais minucioso
- Programa de computador que consolida dados em maoas
- Tendas para trabalho na chuva
- Estação de Tratamento de Minério a Seco (ITMS)
Fonte: CBMMG