Todo período chuvoso é de alerta e apreensão em João Monlevade, na região central de Minas Gerais. E o temporal que caiu sobre o município na noite dessa segunda-feira (13), ilustrou bem o motivo desses sentimentos. A forte chuva provocou estragos na cidade e voltou a escancarar problemas estruturais que se repetem há anos e até então sem soluções.
Pelo menos nos últimos dez anos as chuvas provocam estragos periódicos em João Monlevade. No governo do ex-prefeito Gustavo Prandini (2009-2012), foi necessário que o Governo Federal liberasse verbas emergenciais para que fosse feito um paliativo diante dos estragos contabilizados.
No governo seguinte, quando Teófilo Torres era chefe do Executivo, uma cratera no bairro Areia Preta cedeu, levando junto metade da avenida Wilson Alvarenga. O trânsito ficou em meia pista no trecho por um longo período. O fluxo de veículos no local é intenso, já que é via de acesso à ArcelorMittal Monlevade, importante siderúrgica e fonte de economia na cidade e, ainda, ao Hospital Margarida.
Em dezembro de 2019, já no atual governo, de Simone Carvalho (PSDB), a Prefeitura de João Monlevade apresentou relatório da Defesa Civil com 12 ações do setor realizadas em uma semana. Tais ações foram realizadas através da Secretaria de Obras, para corrigir problemas justamente ocasionados pelas fortes chuvas.
Um mês antes, em novembro, uma tragédia quase aconteceu. Devido à chuva, parte de um muro cedeu e atingiu uma casa na rua Santa Maria de Itabira, no bairro José Elói. Por sorte, ninguém se feriu, mas os danos foram aparentes.
Cenário de caos
Nessa segunda-feira, a cidade amanheceu com novo cenário de caos e com uma cena que se repete a cada temporal: a prefeita Simone Carvalho, secretários, homens e máquinas nas ruas verificando os estragos, recolhendo entulhos e lavando vários pontos que foram invadidos pela lama e pelo lixo.
João Monlevade, na Região Central de MG, revive rotina de estragos após fortes chuvas pic.twitter.com/lKmzLhP6Ih
%u2014 Estado de Minas (@em_com) January 14, 2020
A avenida Gentil Bicalho, na região central também sofreu com as enchentes. O trecho em que a avenida cruza com a Wilson Alvarenga é um dos mais baixos da cidade e onde toda a água que vem da parte alta desemboca. As cenas impressionaram.
Nas chuvas desta semana, segundo a Defesa Civil, os pontos mais críticos foram os que se localizam próximo ao Centro Educacional e próximo ao Hotel Nacional, na avenida Wilson Alvarenga, em Carneirinhos; no bairro José de Alencar; e no pátio de estacionamento da Polícia Militar. Outros trechos ficaram com sujeira e lama em alguns pontos da avenida Getúlio Vargas. Um muro caiu no bairro Laranjeiras e a Policlínica da cidade, no prédio da Secretaria de Saúde, teve que ser fechada pela manhã.
A Prefeitura de João Monlevade afirma que os serviços de limpeza feitos em córregos, bueiros e vias públicas de vários bairros, ainda no ano passado, tem evitado danos mais graves nos últimos temporais que caíram sobre a cidade.