A moradora de Pompéu, na Região Central de Minas Gerais, que morreu com os sintomas semelhantes aos da intoxicação exógena causadora da síndrome nefroneural, ingeriu a cerveja Belorizontina no dia 19 dezembro, na casa de parentes, em Belo Horizonte. No Natal, ela deu entrada no pronto-atendimento da Santa Casa de sua cidade natal, onde perdeu a vida três dias depois, em 28 de dezembro.
Foi feita a tentativa de transferência da vítima para Sete Lagoas, não efetivada a tempo por falta de vaga.
A Polícia Civil iniciou a investigação para saber se a morte dela foi mesmo provocada pela contaminação por dietilenoglicol, substância encontrada em garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer.
No atestado de óbito consta “insuficiência renal” como a causa da morte.
Em Pompéu, já se especula que existe até a possibilidade de exumação do corpo para a busca de prova material, embora o assunto ainda não esteja sendo tratado pela Polícia Civil. Se for comprovada a suspeita, será a segunda morte relacionada ao consumo da cerveja da fabricante Backer.
A primeira foi de Paschoel Demartini Filho, de 55. Ele morreu no dia 7 passado, em Juiz de Fora (Zona da Mata) e foi sepultado em Belo Horizonte.
A morte investigada em Pompéu é de uma mulher de 60 anos. Embora a identidade dela não tenha sido revelada, a reportagem apurou que o nome é Maria Augusta. Conforme informou uma fonte de uma funerária, o corpo da mulher foi sepultado no Cemitério Municipal de Papagaios (distante 40 quilômetros de Pompéu), no dia 29 de dezembro.
Em entrevista nesta terça-feira, em Pompéu, a secretária de Saúde do município, Fernanda Guimarães Cordeiro, informou que a vítima esteve em Belo Horizonte, a passeio, entre os dias 15 e 21 de dezembro, na casa de parentes, no Bairro Buritis, Região Oeste da capital.
Fernanda Cordeiro revelou que, após a divulgação da nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde sobre a intoxicação por dietilenoglicol, em 7 de janeiro, a Secretaria de Saúde de Pompéu procurou a família da moradora e tomou conhecimento que, no dia 19 de dezembro, quando estava em Belo Horizonte, ela ingeriu a cerveja Belorizontina.
Também nesta terça-feira, por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Pompéu informou que, com o pronto-atendimento da Santa Casa, realizou a apuração e levantamento de informações do caso.
O objetivo era “posterior notificação e encaminhamento ao CIEVS-MG (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde)”.
Ainda segundo a secretária de Saúde de Pompéu, já foi feita a comunicação do caso com a Polícia Civil. A instituição já teve acesso ao protocolo da paciente e “já esteve no pronto-atendimento, apurando os fatos”.
Ela também falou sobre a possibilidade de exumação do corpo da moradora, caso as informações reunidas até então não sejam suficientes. “Mas, isso ainda desconhecemos e a Polícia Civil não nos passou ainda (se haverá) essa necessidade”, ressaltou.
Procurada na tarde desta terça-feira, a Polícia Civil informou que o caso de Pompéu não foi incluído ainda ao processo que investiga os casos de contaminação pelo consumo da cerveja Belorizontina.
A Secretaria de Estado de Saúde também informou que ainda não foi notificada do caso ocorrido na cidade da Região Central.
Com Flávia Ayer