Jornal Estado de Minas

Professora é presa por chamar vizinho de ''macaco'' em Minas

Uma professora foi detida em Montes Claros, no Norte de Minas, pela suspeita de injúria racial contra um vizinho, que afirma que foi chamado por ela de “macaco” e “preto” após uma discussão. Juliana Paula de Souza Monteiro, de 48 anos, foi levada para a delegacia, onde negou acusação e foi autuada em flagrante. Depois, foi liberada mediante ao pagamento de fiança no valor de R$ 2 mil. Ela vai responder o processo em liberdade.




O fato aconteceu quarta-feira (15) à noite, na Rua Raimundo Mangabeira, na Vila Guilhermina, próximo ao Centro da cidade. O autônomo Igor Thimóteo Oliveira, de 36, alega que colocou um pote de feijão em cima do muro entre a casa dele e a de Juliana. Mas, minutos depois, percebeu que o pote estava no chão e questionou a vizinha. Ele alegou que foi nesse momento que sofreu a injúria.


“Não vou falar com você, preto macaco”, teria dito a mulher, segundo relatos da vítima em depoimento. O homem informou, ainda, que na sequência foi até a casa dos tios da professora. Chegando lá, ela repetiu a ofensa, dizendo que a “pele dela era melhor do que a dele”.


Igor Thimóteo Oliveira acionou a Polícia Militar e a professora foi levada para a delegacia, onde foi ouvida pela delegada Áurea Alessandra Pereira de Freitas. A
policial também ouviu depoimentos da vítima e de testemunhas.




Ao prestar depoimento, a mulher negou o crime. Confirmou que teve um desentendimento com o vizinho, mas que, “em nenhum momento”, o chamou de “preto” ou “macaco”.


“Sou professora e sei lidar todo tipo de gente. Tenho amigos negros”, disse.


Apesar da negativa da suspeita, com base no boletim de ocorrência da Polícia Militar e nos relatos da vítima e das testemunhas, a delegada Áurea Pereira de Freitas atestou pela
prisão da professora em flagrante por injúria racial.


Com o pagamento da fiança de R$ 2 mil, ela foi liberada. Mas, vai responder o processo em liberdade. Se condenada, poderá pegar até três anos de prisão.