A cinco dias antes de a tragédia de Brumadinho completar um ano, no dia 25, o governador Romeu Zema (Novo) quer que a Vale realize obras de infraestrutura e obras sociais para indenizar Minas Gerais. A declaração do governador foi feita hoje (20), em entrevista coletiva no Palácio Tiradentes. "Em vez de multas, preferimos que realizem obras, uma vez que o nosso estado, devido à crise no setor minerário que se seguiu foi o único a apresentar recessão. São dezenas de obras, mas não as posso elencar até que em fevereiro seja fechado. Nosso investimento é de R$ 70 milhões no ano, a intenção é que se mantenha isso pela empresa num Horizonte de 100 anos (cerca de R$ 7 bilhões)".
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Brumadinho 1 ano depois: agricultores cobram água e luzBrumadinho 1 ano depois: tragédia elevou uso de antidepressivosIndiciamentos por homicídio em rompimento de barragem de Brumadinho devem sair só em junhoImagens aéreas do rompimento de barragem em Brumadinho Bolsonaro se encontra com Zema e Kalil, e sobrevoa áreas atingidas pela chuva em MGRio que é caminho de rejeitos será dragado pela Vale em Barão de CocaisRodoanel e presídios estão entre contrapartidas em negociação com a ValeAtingidos por barragens protestam em BH para lembrar um ano de desastre em Brumadinho Caminhão com produto químico tomba e interdita trecho da BR-381Outra intervenção que o governador quer que a Vale resolva e negocia é sobre a segurança hídrica da Grande BH, que depende dos rios Paraopeba e das Velhas, o primeiro já atingido e todos eles na rota de barragens antigas e de processo construtivo mais temerário, de alteamento a montante. "Para garantir a segurança hídrica da região a Vale terá de fazer uma série de obras para integrar as duas bacias, uma vez que o descomissionamento das barragens terá de ocorrer até 2022", afirma Zema, lembrando que em maio de 2019 ele sancionou a Lei Mar de Lama, que determina o descomissionamento de barragens de sistema a montante seja realizado em 3 anos.
Sobre as buscas às vítimas, o governador surpreendeu ao considerar como vítimas dois fetos que morreram soterrados pela lama nós ventres de suas mães. Zema usou o termo que as famílias atingidas se referem aos entes perdidos chamando-os de joias. "As operações de buscas vão continuar até que as 272 jóias tenham todas sido encontradas e suas famílias recebam um funeral adequado. Lembrando que as vítimas foram também duas mulheres grávidas. Uma família sem poder dar um funeral é muito mais traumatizada", destacou o governador.
Sobre a questão criminal, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Sérgio Tonet, relembrou que logo que ocorreu a tragédia R$ 1 bilhão foi bloqueado da Vale. "Conseguimos também bloquear R$ 5 bilhões em recursos da presa para garantir as reparações e ações emergenciais". Sem dar uma data precisa, o procurador informou que o MO e a Polícia Civil deverão indiciar os responsáveis pelos danos ambientais e mortes no próximos dias, tanto da mineradora quanto de empresas envolvidas, como a consultoria Tüv Süd, que emitiu laudos de estabilidade para a barragem rompida.
Balanço de ações do governo do Estado
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Desde o primeiro dia o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) atua nas buscas que recuperaram 259 das 270 vítimas do rompimento. Ainda se vasculha a área afetada nós 10 quilômetros entre a barragem rompida e o Rio Paraopeba. Atualmente a corporação atua com 73 militares, 153 máquinas . Ao longo do ano foram mais de 3 mil profissionais, sendo 260 de outros estados e 136 de Israel.
Defesa Civil
Instalação como resposta aí desastre de um posto de comando para coordenar todos os esforços. Os trabalhos de busca e salvamento, desde então, têm sido acompanhados pelo órgão, que disponibiliza viaturas, aeronave e revisou seis planos de emergência.
Copasa
Imediatamente após o rompimento a captação do Rio Paraopeba em Brumadinho foi suspensa afetando o fornecimento destinado à Grande BH. Está prevista uma nova captação 12 quilômetros acima, a ser concluída ainda neste ano.
Polícia Civil
Responsável pela identificação das 259 vítimas, forneceu à população atingida 752 carteiras de identidade. O inquérito instaurado para investigar o desastre já tem 5.335 páginas e 180 pessoas foram ouvidas. Os estelionatos identificados por pessoas que se passaram por atingidos resultaram em 48 prisões e 327 investigados.
Polícia Militar
A corporação empregou oito aeronaves e totalizou 200 horas de voos em helicópteros sobretudo em missões de busca, salvamento, reconhecimento e 6 horas e meia em aviões, totalizando 112.450 horas de serviços prestados por todo efetivo, que atuou também em evacuação de áreas de risco, bloqueios e segurança.
Governo
Em maio de 2019 o governo antecipou as parcelas da dívida com os municípios prevista para janeiro deste ano. Já foram pagas três parcelas que totalizam R$ 3,27 milhões. Há uma dívida do governo anterior de R$ 5,21 milhões.