Já chove em diversos pontos de Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira. A precipitação começou na Região de Venda Nova. A Defesa Civil da capital divulgou um alerta para possibilidade de pancadas de chuva com volume entre 50 e 70 milímetros, acompanhadas de rajadas de vento, até a manhã de sexta.
Segundo a Defesa Civil de Belo Horizonte, a previsão para hoje é de que o dia será de céu nublado a encoberto, com previsão de pancadas de chuva fortes, trovoadas isoladas e rajadas de vento ocasionais. A temperatura máxima deve chegar aos 24°C e a umidade relativa do ar fica em torno de 85% à tarde.
Defesa Civil de BH publica atualizações do tempo no Twitter
%u2014 Defesa Civil de Belo Horizonte (@defesacivilbh) 23 de janeiro de 2020
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A perspectiva de intensificação das chuvas até sábado levou 15 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte a se unirem para tentar minimizar os efeitos de tempestades previstas para o fim desta semana. Defesa Civil Estadual e municipais, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) se reuniram ontem para criar uma força-tarefa com a missão de monitorar o volume de chuva, já que são previstos 250 milímetros (mm) nas próximas 72 horas.
A intenção é mapear instantaneamente os lugares com maior potencial de inundação e informar a população com antecedência para que moradores saiam de áreas de risco e não circulem por ruas e avenidas com possibilidade de alagamento. Entre as decisões está a de dobrar o efetivo dos bombeiros em BH. As autoridades, porém, afirmam não haver motivo para pânico.
Governador e Defesa Civil falam sobre cuidados com a chuva
Esse gabinete de enfrentamento pode durar até março, com chance de ser prolongado, caso a chuva persista após o verão. Entretanto, o que chamou atenção do grupo nesta semana é a preocupação coletiva com o temporal esperado para amanhã. Contudo, a meteorologista do Igam ressaltou que as precipitações podem ser distribuídas dentro das 72 horas que começam hoje. “Existe uma zona de convergência do Atlântico Sul que se intensifica a partir desta madrugada (de quinta) e provoca acumulados expressivos de chuva em período longo de tempo. Não é uma chuva milenar, não é fora do comum porque tem uma recorrência. Na semana passada, por exemplo, tivemos 126mm em 24 horas em Brumadinho, na região metropolitana”, explicou Laís Alves Santos.
A média histórica do mês de janeiro é de volume de chuva de 329mm na capital mineira. Até ontem, essa marca já havia sido superada, alcançando os 450mm. De acordo com a meteorologia, a chuva volumosa também deve ocorrer na Zona da Mata e Vale do Rio Doce, com possibilidade de se intensificar durante a madrugada e estacionar até 12h de sábado. Segundo Laís, a tendência é chover nos próximos dias, mas não há como assegurar o grau de intensidade mesmo com o monitoramento diário, já que o clima é instável. Afirmação que também foi ressaltada pelo chefe do Gabinete Militar do governador e coordenador estadual da Defesa Civil de Minas Gerais. “Esse é um fenômeno que é dinâmico, não é estático. Mas não é para gerar pânico, pois estamos tomando ações preventivas e preparando ações de resposta”, disse o coronel Rodrigo Sousa Rodrigues.
Reforço
Um reforço em todo efetivo ligado ao atendimento de chuva foi uma das medidas. Os bombeiros, que trabalham com efetivo de 280 militares, dobrariam o número com o recrutamento do setor administrativo. A Cemig, Polícia Militar, limpeza urbana, e áreas de assistência social e saúde também vão intensificar o suporte à população. Enquanto isso, a recomendação é que as pessoas evitem transitar em locais perigosos no momento da chuva. “Poderemos ter o acréscimo de chuva pontual em alguns lugares específicos. Vamos informar através das nossas redes oficiais e SMS. Espere diminuir a chuva para sair do trabalho, evite avenidas que historicamente alagam se estiver chovendo”, pede o coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho.
De acordo com Godinho, os municípios – Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ibirité, Mariana, Nova Lima, Ouro Preto, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia, Sarzedo, Sete Lagoas e Vespasiano – terão planos e intervenções conjuntas, como ocorre durante inundações ao longo da Avenida Tereza Cristina, que passa por Contagem e Belo Horizonte. “Estamos pegando a expertise de Belo Horizonte e passando para outros municípios. Cada cidade tem o próprio relevo, suas próprias características, rios e córregos. Por isso cada um vai mapear sua área de risco e informar a população”, disse. O coordenador municipal da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Waldir Vieira, sustenta que a capital está preparada para enfrentar situações adversas, apesar dos recorrentes riscos e danos a regiões como a da Tereza Cristina e do Vilarinho. *Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Murta
Plantão nos pontos críticos
A tempestade que atingiu Belo Horizonte e Contagem no domingo deixou estragos e levou bens materiais de moradores. As duas prefeituras decretaram situação de emergência por causa dos danos na Avenida Tereza Cristina, por onde passa o Ribeirão Arrudas, que teve elevação do nível de água em 9,8 metros e transbordou. De acordo com monitoramento da Defesa Civil, a inundação permaneceu por uma hora. Em apenas 40 minutos de temporal, a região teve volume de 102 milímetros registrados.
A enxurrada provocou buracos e a via precisou ser interditada. “No domingo, o sistema de prevenção funcionou. Imediatamente demos suporte nos locais. Não tivemos nenhum óbito relacionado à chuva. Os problemas foram financeiros. Mas o bem maior conseguimos proteger, que é a vida das pessoas”, afirmou o tenente-coronel Flávio Godinho.
Ontem, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou que o prefeito Alexandre Kalil vai transferir o gabinete para o Centro Integrado de Operações (COP-BH) hoje e amanhã. “A Prefeitura de Belo Horizonte montou no local uma força-tarefa com todas suas secretarias e órgãos, além do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Gasmig, com o objetivo de monitorar a evolução climática na cidade e atuar em casos de emergência”, diz a nota.
O executivo municipal vai também deslocar servidores e maquinário para 11 pontos específicos da cidade, onde geralmente ocorrem alagamentos. Os pontos críticos estão espalhados por todas as regiões da capital mineira. Por essas áreas serão distribuídos equipamentos de prontidão, como tratores. Para fazer a coleta imediata de resíduos, 61 equipes da SLU, que totalizam 488 garis, estarão à disposição.
A prefeitura reservou vagas em pousadas, caso haja desabrigado. Equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social estarão de plantão 24 horas para atendimento. A Defesa Civil faria a distribuição de colchões, cestas básicas, cobertores e roupas de cama.
Fique atento
- Em caso de emergências, acione o Corpo de Bombeiros pelo 193
- Não passe em locais de risco de inundação durante a chuva
- Não atravesse ruas alagadas
- Tenha cuidado redobrado com crianças em caso de enxurradas
- Não se abrigue nem estacione veículos debaixo de árvores
- Atenção especial em áreas de encostas e morros. Se observar fendas ou depressões, ligue para a Defesa Civil pelo 199
- Jamais se aproxime de cabos elétricos rompidos. Ligue imediatamente para a Cemig (116) ou a Defesa Civil
- Em caso de raios, não permaneça em áreas abertas e altas e evite usar equipamentos elétricos
- Alertas podem ser recebidos via SMS. Basta enviar o seu CEP para o número 40199. Cadastro é gratuito
- Pelo aplicativo Waze é possível ter informações sobre vias bloqueadas
Pontos de risco em BH
- Praça 1º de Maio próximo à Estação São Gabriel
- Avenida Cristiano Machado com Via 240, próximo à Estação São Gabriel
- Avenida Vilarinho com Rua Doutor Álvaro Camargos
- Avenida Teresa Cristina com Via 210
- Avenida Bernardo Vasconcelos
- Avenida Francisco Sá
- Avenida Prudente de Morais
- Avenida Otacílio Negrão de Lima
- Avenida Silva Lobo
- Avenida Silviano Brandão com Pitangui