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Mundo tenta bloquear avanço de vírus que veio da China

Autoridades se empenham em evitar propagação do novo coronavírus, que já chegou a pelo menos outros sete países e assombra o Brasil. Ano-novo chinês eleva tensão e país asiático isola 11 milhões de pessoas


postado em 23/01/2020 06:00 / atualizado em 23/01/2020 08:08

Chineses usam máscaras para tentar se proteger contra o coronavírus em estação de Beijing, enquanto o Centro de Wuhan, foco de contaminação,´é isolado(foto: Nicolas Asfouri/AFP)
Chineses usam máscaras para tentar se proteger contra o coronavírus em estação de Beijing, enquanto o Centro de Wuhan, foco de contaminação,´é isolado (foto: Nicolas Asfouri/AFP)

Partiu da cidade chinesa de Wuhan, da província de Hubei, a primeira ameaça à saúde pública mundial em 2020. O coronavírus, de um hospedeiro desconhecido, matou 17 pessoas na China, já chegou à Coreia do Sul, Japão, Tailândia, França, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e agora também pode assombrar o Brasil, que investiga o primeiro caso suspeito, assim como a Rússia. Autoridades de todo o planeta tentam conter a doença para evitar que ela se espalhe por todo o mundo.



A contaminação está ligada ao Centro de Wuhan, capital de Hubei, onde 11 milhões de pessoas vivem. Autoridades isolaram a área e recomendaram à população que não saia da cidade e aos turistas que evitem o local. O aeroporto de Whuam serve 104 destinos, incluindo 29 fora da China. O terminal recebe voos diretos toda semana. Agora, de acordo com o jornal britânico The Guardian, os passageiros que chegam de áreas contaminadas são isolados em diferentes locais. O mesmo está sendo feito em aeroportos dos Estados Unidos, que têm como voos de Wuhan como destino. Essa abordagem também está sendo feita nos aeroportos de alguns países da Ásia onde foi confirmada a presença do vírus.

Neste momento, a maior preocupação é com o ano-novo chinês, feriado de uma semana, que começa amanhã, e é a época com maior registro de viagens internacionais no país. O alerta é para que os chineses permaneçam em suas cidades e que os aeroportos fiquem fechados para evitar uma maior contaminação.

De acordo com os últimos números oficiais, além dos 17 mortos, 444 pessoas estão infectadas na China. A maioria das pessoas que contraíram o vírus estava no Centro de Hubei, onde ele foi detectado pela primeira vez. Os casos foram confirmados em 13 províncias chinesas e nas cidades de Pequim, Xangai, Chongqing e Tianjin. Cinco outros países da região reportaram cada um, uma única infecção.

Paris, Dubai, Tóquio, Sidney e Londres tiveram casos confirmados. Além da China, a Birmânia, Tailândia e Indonésia entraram em alerta. As autoridades americanas anunciaram que um homem que viajou para Hubei foi diagnosticado com o vírus na cidade de Seattle.

2003 X 2020 Este novo vírus trouxe lembranças dolorosas de outro surto viral que começou a se espalhar na China e causou estragos em todo o mundo, deixando as autoridades chinesas com dificuldades para recuperar a confiança da população. Em 2003, o surto de Sars, também causado por um coronavírus, se espalhou para 37 países, provocando pânico, infectando quase 8,5 mil pessoas e deixando para trás um número estimado de 1 mil mortes.

O Sars começou a se espalhar em novembro de 2002 e o grande surto aconteceu em agosto de 2003 na China, com 5.300 casos. Foram detectadas contaminações nos Estados Unidos e Canadá, além de Hong Kong, com 1.700 casos.

Agora, quase 17 anos depois, autoridades chinesas asseguram que aprenderam com os erros do passado ao tentar conter o novo coronavírus. Especialistas dizem que as falhas ocorridas em relação à Sars foram causadas por um sistema de saúde com poucos recursos e supercentralizado, com pouca experiência em doenças infecciosas e nenhum mecanismo de divulgação de informações. Os governos locais também estavam relutantes em assumir a responsabilidade pela rápida disseminação de infecções. *Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz


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