Jornal Estado de Minas

Construções centenárias são atingidas pelos temporais na Serra do Cipó

Nível da água do Rio Jaboticatubas ameaça ponte perto de São José de Almeida

 

Um dos destinos turísticos mais procurados de Minas Gerais também padece com a força das águas. Na Serra do Cipó, as chuvas fortes provocaram grandes estragos. No distrito de São José de Almeida, o local conhecido como Ponte Preta foi interditado depois que o rio Jaboticatubas transbordou e invadiu o asfalto. Já os moradores do povoado Fazenda do Cipó, o mais antigo da região, tiveram que deixar suas casas na madrugada de sexta para sábado. 




A água atingiu quase dois metros de altura. Os moradores mais antigos contam que nunca viram situação semelhante. José Sotero Moreira, de 70 anos, afirmou que foi a primeira vez que viu o rio invadir as casas no vilarejo. “Eu moro aqui perto e soube que tinha alagado. Mas, quando eu cheguei, o povo já tinha sido levado. Caiu parede, caiu muro, nunca vi a água do rio subir tanto”, conta. Os muros centenários de Ecomuseu do Cipó, com registros dos escravos da comunidade quilombola do Açude, em uma antiga senzala, caíram depois do temporal. O volume do rio Cipó também subiu rapidamente e inundou fazendas, sítios e bairros vizinhos. Moradores foram retirados de suas casas com ajuda de canoas e caiaques.

Em Lapa do Urubu, outro local às margens do rio, os moradores estão desde a noite de sexta-feira em alerta.“A chuva foi praticamente ininterrupta por três dias. Há 22 anos que não temos uma chuva tão forte como essa, isso aconteceu só em 1998”, contou Milton Alves Ferreira Júnior, dono de uma pousada na região. Entrada da  Cachoeira Grande,  uma das mais visitadas da região, caiu na manhã de ontem e duas pessoas tiveram ferimentos leves. A Defesa Civil reforçou o alerta para o perigo das trombas de água que podem surpreender visitantes.

(Com Marcelo da Fonseca)