O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou a existência de um caso suspeito de coronavírus em Minas Gerais. A possível infectada é uma mulher que viajou para cidade de Wuhan, na região central da China, tida como epicentro da doença.
"É um monitoramento clínico, que acontece por telefone, whatsapp e visitas para ver se há qualquer elevação de temperatura e sinal de sintoma", explicou Mandetta em entrevista coletiva
Ao Estado de Minas, a Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio de nota, que a estudante foi internada na última sexta-feira (24) em Belo Horizonte, na UPA Centro-Sul. Nesta segunda (28), ela foi transferida para o Hospital Eduardo de Menezes, onde está sendo acompanhada.
Na conversa com os jornalistas, Luiz Henrique Mandetta ponderou que não há evidências de que o vírus esteja circulando, mas recomendou que a população evite viajar à China.
"Agora, nós vamos considerar suspeitas em toda a China, não importa em qual província. E vale de hoje para frente. Muito provavelmente, vai haver uma sensação de que estamos aumentando os casos suspeitos", comentou o ministro.
Resultado do teste sai na sexta
Num esforço de tranquilizar a população, Luiz Henrique Mandetta afirmou que o quadro da jovem internada é estável, sem complicações. "Toda a família está ótima", garantiu o ministro.
Ele explicou que previsão é de que que a confirmação sobre a contaminação da brasileira saia na sexta-feira (31). O método utilizado para a testagem é chamado de "metagenômico", que faz uma espécie de comparação entre vírus, a fim de verificar a presença do tipo viral responsável pela epidemia, que já causou a infecção de mais de 4 mil pessoas e matou outras 106 na China.
Com a nova classificação, o monitoramento da Vigilância Sanitária foi ampliado. Até então, o órgão mantinha sob observação apenas viajantes que passavam pela cidade de Wuhan.
'Perigo iminente'
Outra medida anunciada pelo Ministério da Saúde foi a elevação da classificação do risco do Brasil para o nível 2, que significa "perigo iminente". Até essa segunda-feira (27), o país estava em nível 1 de alerta. A escala vai de 1 a 3. A ativação do último estágio ocorre quando há casos de transmissão da doença em solo nacional.Com a nova classificação, o monitoramento da Vigilância Sanitária foi ampliado. Até então, o órgão mantinha sob observação apenas viajantes que passavam pela cidade de Wuhan.
Brasileiros na China
Durante a coletiva, Mandetta mencionou ainda a situação dos brasileiros que se encontram em território chinês. O membro do executivo disse que não há plano de retirada dessas pessoas do país, e orientou que elas retornassem após o tratamento.
Uma família brasileira - mulher, marido e filha de dez anos — está isolada nas Filipinas, após uma visita a Wuhan. Os três apresentaram sinais da doença. "A pessoa tem que ficar onde ela está. Não é orientada a remoção, mesmo porque não tem um tratamento específico definido para essa infecção, esse vírus. Mas é uma situação de atípica, que a gente fica acompanhando, mas me parece que está sendo bem monitorada", esclareceu.
Caso descartado
Em 21 de janeiro, outra paciente - esta, com 35 anos - chegou a UPA-Centro Sul com sintomas respiratórios compatíveis com a doença viral aguda causada pelo coronavírus. A mulher esteve em um evento internacional em Xangai e desembarcou na capital mineira em 18 de janeiro.
Ela chegou a ser conduzida ao Hospital Eduardo de Menezes para observação. Profissionais de saúde recolherem uma amostra de sangue da paciente e encaminharam para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. A instituição, no entanto, verificou que se tratava de um caso de rinovírus humano (HRV).
Os exames também foram negativos para outras nove modalidades virais, tais como:Infuenza A e B, Adenovírus, Bocavírus, metapneumovírus, parainfluenza 1, parainfluenza 2, parainfluenza 3 e vírus sincicial respiratório.