Limpeza da cidade e desobstrução de vias: essas são as prioridades da Prefeitura de Belo Horizonte para que a capital mineira minimize, neste primeiro momento, os danos provocados pelas chuvas de janeiro.
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Ainda assim, aos poucos, vias que cercam BH são liberadas total ou parcialmente. Nesta quinta-feira (30), as avenidas Cônsul Antônio Cadar e Prudente de Morais e a BR-356 foram desbloqueadas, o que ajudou a desatar o nó dado no trânsito de veículos no início da semana.
No entanto, a Via 240 e as avenidas do Canal (Barreiro), Engenheiro Carlos Goulart (Oeste) e dos Andradas (Leste) continuam fechadas. O mesmo vale para a Tereza Cristina (Oeste), onde uma cratera se abriu e ainda passa por reparos das equipes da PBH.
Nesta quinta, durante todo o dia, a BHTrans usa as redes sociais para atualizar as informações acerca do trânsito da cidade. Logo na manhã, a empresa pública informou que 22 locais com registro de ocorrências em função das chuvas geravam impacto em 57 linhas do transporte coletivo.
Contudo, esse número diminuiu no decorrer da quinta-feira com a liberação de algumas vias. Porém, o bloqueio permanece na Avenida do Canal, o que força os veículos a passarem pela Rua Cabo Valério Santos, no Barreiro. O desvio prejudica nove linhas de ônibus.
Na Região Oeste, o fechamento da Avenida Engenheiro Carlos Goulart, entre os bairros Estoril e Buritis, atrapalha a circulação das linhas 5201 e SE02. Na mesma região, uma das situações mais graves é na Avenida Tereza Cristina. A via que liga a capital mineira a Contagem agora tem uma cratera.
O buraco se abriu durante o temporal de terça-feira após o Viaduto da Avenida Amazonas, no sentido Bairro-Centro. Equipes da PBH estão no local, mas não há previsão de liberação.
Quanto ao trânsito na Tereza Crisitna, a BHTrans informou que o sentido bairro – da Amazonas até a Dom João VI – a via está liberada para o tráfego com trânsito lento devido às condições do asfalto.
A partir da Dom João VI até a Rua Amanda – trânsito local. Da Rua Amanda até o Anel Rodoviário, interditada.
Já sentindo Centro, a empresa de trânsito informou que a via está interditada do Anel até a Rua Minasgás. A partir da Rua Minasgás até a Rua Monte Branco, liberada para tráfego, porém em condições precárias. A partir da Rua Monte Branco até a Rua Alpes, interditada.
Em outras regionais também há interdições. No Pirajá, Nordeste da cidade, a Rua Expedicionário Inocêncio Rosa está fechada e três linhas de ônibus sofrem com desvios.
Já no território Norte o problema acontece no Ribeiro de Abreu, mais precisamente na Rua Geraldo Ferreira da Silva, o que força a linha 5506A a passar por desvios.
É a Avenida dos Andradas, entre a Avenida Silviano Brandão a Rua Itaituba, que causa limitações no Leste de BH, operando somente com trânsito local, sem prejuízos para o transporte público.
A Via 240, na altura da Estação São Gabriel, conforme a BHTrans, está com uma faixa liberada no sentido Belo Santa Luzia. A sugestão é utilizar as avenidas Cristiano Machado e Saramenha. Existe a possibilidade de fechamento de toda via para manutenção nos próximos dias.
Comércio prejudicado
No entorno da Praça Marília de Dirceu, localizada no Bairro Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o cenário já é de mudança. Equipes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), da Copasa, BHTrans e da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) fizeram a limpeza do local e desobstruíram a rua que dá nome à praça para a circulação de veículos.
A área foi uma das mais atingidas durante a chuva registrada na noite de terça-feira (28) na capital. O asfalto foi completamente destruído e arrancado pela força da água e vários buracos abriram ao longo da rua.
As agências bancárias que foram atingidas ainda não estão funcionando. Os estabelecimentos comerciais, localizados na redondeza, retomam aos poucos a rotina.
Flávia Bahia, 55 anos, sócia e proprietária da Pastelaria Marília de Dirceu, contou que os moradores do bairro não estavam preparados. Ela afirma que a Defesa Civil não alertou os moradores sobre o risco iminente de alagamento do Córrego do Leitão.
“Perdemos só bens materiais aqui na pastelaria. Equipamentos, maquinário, computadores, documentos, a parte elétrica da loja e três carros de entrega que estavam parados na rua. Ainda não foi possível calcular o prejuízo”, afirmou Flávia.
“O sentimento que fica é de tristeza profunda. São 28 anos de trabalho, para ver uma coisa assim acontecer com a gente. É muito doloroso”, completou a proprietária.
Residente do bairro há 40 anos, Fernando Jabu, 50 anos, conta que mesmo antes do temporal a rua não estava em plena condição de segurança. Ele cobrava o recapeamento da via, além de algumas mudanças nos tubulões de água do córrego que passam debaixo do asfalto.
“Aqui não devia nem ter sido construído a rua. É um leito de rio”, disse Fernando. “O maior responsável pelo que ocorreu é o órgão público. O governo só sabe cobrar impostos e a gente fica refém da situação”, disse o morador.
“Fui afetado diretamente. Meu psicológico está acabado. Próxima chuva que der, não vou saber o que fazer”, completou.
*Estagiário sob supervisão da redação do Estado de Minas