Uma semana após as chuvas que destruíram cidades em Minas Gerais, 101 municípios que tiveram o decreto estadual de Situação de Emergência (SE) permanecem com o sofrimento de reconstruir ruas, avenidas, comércios e casas. No interior de Minas, a chuva atingiu severamente a Zona da Mata e o Vale do Rio Doce. De acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil do estado, o interior contabiliza 27 mortes, 57 desaparecidos, 36.834 desalojados (temporariamente fora de casa) e 6.601 desabrigados (que não podem mais voltar para casa). Limpar a lama e a poeira que ficaram depois da tempestade é o grande desafio de prefeituras que trabalham intensamente, sem prazo para terminar.
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Estragos
Perda de pontes e bloqueios de passagens também são problemas enfrentados por Alto Jequitibá, ainda na Zona da Mata. Houve prejuízos por todo o município, principalmente em ruas e avenidas situadas nas partes baixas, além de danos nas comunidades rurais. Uma pessoa morreu soterrada e duas crianças morreram levadas pela enchente do Rio Jequitibá. Postos de saúde, farmácias, lojas e plantações de café também foram arrasadas. A prefeitura avalia que mais de 300 famílias estejam desalojadas.
Manhuaçu, na Zona da Mata, é mais uma das cidades com decreto de Situação de Emergência. No último domingo, o governador Romeu Zema visitou o município e viu de perto o que sobrou após deslizamentos, inundações, enxurradas e alagamentos. Por lá, uma pessoa morreu. Durante esta semana, a prefeitura se concentra nos trabalhos de limpeza e desobstrução de ruas e avenidas atingidas pela inundação do Rio Manhuaçu. No Gabinete Municipal, a prefeita Cici Magalhães, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estabeleceram também um Ponto de Comando para o socorro às vítimas de enchentes e deslizamentos no município e cidades vizinhas.
Apesar de não ter decreto de emergência, Tabuleiro, na Zona da Mata, teve uma morte em decorrência das chuvas e seis pontes foram destruídas. De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Roberto Carlos Alves, existem cinco pontos de inundação na cidade que deixam os moradores apreensivos. “O que preocupa é o fato estarem localizados próximo ao Centro do Programa da Família e a um posto de saúde”, disse. *Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa