(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fiemg rebate declaração de Kalil sobre empresários de BH

No dia seguinte à chuva que destruiu vários bairros da cidade, o prefeito atacou os 'empresários gananciosos' que teriam trabalhado contra a aprovação do Plano Diretor


postado em 31/01/2020 06:00 / atualizado em 31/01/2020 09:05

Declaração foi dada em coletiva de imprensa no dia 29(foto: Reprodução da internet/Youtube/Prefeitura de Belo Horizonte)
Declaração foi dada em coletiva de imprensa no dia 29 (foto: Reprodução da internet/Youtube/Prefeitura de Belo Horizonte)

A crítica do prefeito Alexandre Kalil (PSD) a empresários de Belo Horizonte no dia seguinte ao temporal que devastou ruas, casas e lojas da cidade incomodou representantes de vários setores, que consideraram a declaração uma tentativa de “empurrar a culpa sobre recorrentes problemas da capital mineira”. Ontem, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, afirmou que Kalil não fez os investimentos necessários durante três anos de governo e agora “procura alguém para transferir responsabilidades”.

No dia seguinte à chuva que destruiu vários bairros da cidade, o prefeito atacou os “empresários gananciosos” que teriam trabalhado contra a aprovação do Plano Diretor. “Esse Plano Diretor, que foi tão massacrado por esses empresários gananciosos dessa cidade, está aí a resposta para eles. Não queriam um Plano Diretor que cuidasse do meio ambiente. A resposta chegou na casa deles, no bairro chique e luxuoso de BH”, disse Kalil, que também mora no Bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, um dos mais castigados pela chuva.



“A repercussão dessa fala foi a pior possível. É uma ilação absurda do prefeito, que não se trata de realidade”, disse Teodomiro Diniz. Segundo ele, a declaração irritou empresários, que a consideraram um ataque generalizado e agressivo. 

Em 2019, o prefeito já havia criticado a mobilização de empresários que fizeram uma campanha contra a criação de novos impostos no Plano Diretor. O projeto incluiu a chamada outorga onerosa, que exige um valor adicional para que sejam feitas construções acima dos limites da legislação. O dinheiro seria destinado para investimentos em moradia e infraestrutura.

Segundo Teodomiro Diniz, os questionamentos da Fiemg durante as discussões do Plano Diretor não trataram de medidas ligadas ao meio ambiente. “Sempre aceitamos e apoiamos as medidas para se preservar as áreas verdes da cidade. O prefeito tenta agora, já em campanha eleitoral, encontrar um para colocar a culpa. Mas a prefeitura deveria assumir sua responsabilidade, e não tratar um assunto sério dessa forma”, rebateu.

O empresário aponta os baixos investimentos feitos pela PBH nos últimos anos como o real motivo do caos. Questionado se os recursos arrecadados pela PBH com a outorga onerosa não serão importantes para que sejam feitas obras de prevenção a enchentes e deslizamentos de terra na cidade, Diniz aponta que os problemas estão mais ligados à falta de planejamento do setor público.



Segundo levantamento da Fiemg, dos R$ 40 bilhões em receitas da prefeitura da capital, apenas R$ 111 milhões foram investidos em obras para evitar os problemas com as chuvas. “A prefeitura investiu 0,3% do orçamento de 2019 em obras de prevenção, ou seja, é como ter R$ 1 mil e gastar apenas R$ 3 ao longo do ano inteiro. Estamos enfrentando um problema histórico e gravíssimo da cidade, mas que por muitos anos não tem sido tratado com a devida importância. Não só pela atual prefeitura, mas há muito tempo a cidade não faz os investimentos necessários.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)