O ingresso de 50 mil veículos com o retorno do recesso de janeiro e volta às aulas agravados pelos estragos generalizados trazidos pelas chuvas das últimas duas semanas trouxeram de volta ao belo-horizontino os congestionamentos nesta segunda-feira (3). Só na área Central a BHTrans estima um fluxo de 550 mil carros, motos, ônibus e caminhões.
Com mais de 70% da Avenida Teresa Cristina bloqueados, os reflexos logo cedo começaram na Região do Barreiro. No Buritis, os acessos ao segundo bairro mais populoso da capital e que dispõe praticamente de duas saídas para o Centro, tanto a Avenida Mário Werneck quanto a Rua José Rodrigues Pereira ficaram engarrafadas, com as fileiras de carros se alastrando para as avenidas Raja Gabáglia e Barão Homem de Melo.
Leia Mais
Volta às aulas é teste de paciência para motoristas e pedestres em BHGeógrafo e professor alerta para a necessidade de reabilitação dos cursos d'água em Belo HorizonteDois homens são levados por enxurrada em Betim; duas casas desabaram "Você está me cobrando o quê? Um milagre?", reage Kalil ao ser questionado sobre obras após as chuvas em BHDetento tenta fugir, leva tiro nas nádegas e acaba recapturado em ContagemTemperatura aumenta, mas BH pode ter pancadas de chuva à tardeBombeiros procuram criança arrastada por correnteza em cachoeira de Esmeraldas
Os esforços de limpeza e reparos emergenciais de vias destruídas pelas enxurradas, com o emprego de 2 mil funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), possibilitaram um melhor aproveitamento das vias, mas não impediram a lentidão face a tantos obstáculos. Na Avenida Teresa Cristina, a cratera que engoliu o trecho sentido Via Expressa da via, a alguns metros do viaduto da Avenida Amazonas, foi aterrada em poucos dias, mas a destruição pelas cheias do Ribeirão Arrudas fragilizaram o tráfego de toda a região.
Uma sequência de buracos deixando longos segmentos só com uma das três pistas abertas, um trecho de três quilômetros em trânsito local na altura do Bairro Nova Cintra e uma interdição completa no Bairro Vista Alegre, onde o Ribeirão Arrudas desintegrou a avenida completamente até o Anel Rodoviário, fizeram com que os motoristas buscassem outras opções, como o trevo do Bairro Berânia e a Via do Minério (Barreiro), quase paralisando o Anel Rodoviário no sentido Rio de Janeiro. Foram registrados nove quilômetros de congestionamento no Anel e quatro na Via do Minério, no sentido Betânia.
Para se ter uma ideia desses impactos, a BHTrans informou que os 9 quilômetros da Avenida Teresa Cristina recebem uma média diária de 90 mil veículos. Boa parte desse fluxo acabou ingressando no Anel Rodoviário e vias adjacentes, sendo que essa estrada já é uma das mais congestionadas e perigosas de Belo Horizonte, com circulação diária de 100 mil veículos.
De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Belo Horizonte (Sinep), nesta semana retornam às aulas 159 mil alunos de 812 escolas privadas de ensino infantil e médio. Por outro lado, a PBH adiou o reinício do ano letivo do dia 5 para o dia 12, removendo dos horários de pico de tráfego a circulação de 200 mil alunos. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, a limpeza pesada das escolas já foi feita na semana passada, bem como uma avaliação da qualidade da água fornecida, seguindo com trabalhos de manutenção com a desobstrução de calhas, rufos e podas.