"Você está me cobrando o quê? Um milagre?", foi o que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, respondeu em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira, ao ser questionado sobre as reclamações relativas à demora nas obras da Avenida Tereza Cristina após os últimos temporais. De acordo com ele, as obras só poderão ser feitas após o período chuvoso.
"Estou com a concorrência da Tereza Cristina pronta, com ganhador e com tudo pra entrar. Eu não posso entrar agora (por causa das chuvas). O dia que eu entrar (com o maquinário), em 20 dias (a via) estará pronta", completou.
Segundo ele, os equipamentos públicos ficarão de prontidão até por volta de 15 de fevereiro devido às próximas previsões de chuvas. "Quero uma seca a partir de março", disse.
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O número de máquinas e equipamentos também foi reforçado para 226. São 27 carregadeiras, 7 escavadeiras, 16 retroescavadeiras, 45 caminhões, 81 caminhões-toco, 2 tratores de esteira D6, 4 carretas prancha, 7 hidrojatos, 1 guindaste, 16 caminhões-pipa, 2 caminhões comboio, 9 carros de apoio, 9 caminhonetes 4x4 e 6 torres extras de iluminação.
Ainda não há uma estimativa de quanto foi gasto pela PBH nos reparos dos estragos causados pela chuva.
'Aglomerado de luxo'
Nos primeiros minutos de coletiva de imprensa, o prefeito já ressaltou que, diferentemente do que circula nas redes sociais, o temporal que atingiu a Região Centro-Sul de Belo Horizonte, não chegou até a sua residência. "A rua do prefeito não tem nenhum buraco. Moro na Rua Curitiba, o alagamento ocorreu na rua de baixo", disse.
Isso porque ele muito foi questionado sobre as obras rápidas feitas na Praça Marília de Dirceu, no Bairro de Lourdes, e as crateras que continuam abertas na Avenida Tereza Cristina. A praça ficou praticamente destruída pelas chuvas da noite do dia 28. A água invadiu restaurantes como o Olga Nur, enquanto os clientes assistiam aos seus carros serem arrastados pela enxurrada.
Kalil justificou que ao menos 90 mil ususários do transporte público pasam pela região, que liga o Bairro de Lourdes ao Bairro Santa Lúcia, assim como acesso à Região da Pampulha.
"Sabemos da aflição da população e vamos fazer o humanamente possível. Vamos arrumar todos os lugares. Lá (Praça Marília de Dirceu), são 90 mil pessoas que passam pelo transporte público. O morador de lá tem carro, é um aglomerado de luxo que os funcionários chegam para trabalhar. São 90 mil pessoas transitando naquela região. Nada foi feito de orelhada", disse
Previsão de tempestade
"Não vamos alarmar a população, o pior já passou", afirmou o prefeito. Porém, os belo-horizontinos devem enfrentar mais chuva forte nesta primeira semana de fevereiro. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é para uma semana de temperaturas altas, mas clima instável na capital e interior. No início desta tarde, a Defesa Civil de Belo Horizonte informou que há possibilidade de tempestades, com grande volume, a partir de terça-feira.
Devido à indicação da condição atmosférica para os próximos dias, destaca-se que entre o período de terça-feira (3) e quinta-feira (6), há chances de tempestades em Belo Horizonte. O volume estimado para o período poderá superar 100 milímetros”, informou o órgão.