Enquanto as baterias dos blocos de rua aquecem seus tamborins e as passistas das escolas de samba fazem os últimos ajustes nas fantasias, mais de 40 órgãos públicos e privados trabalham de forma integrada para garantir que os foliões tenham suas expectativas correspondidas no Carnaval de BH 2020. Faltando apenas três dias para a abertura oficial da festa do rei momo em Belo Horizonte, mais de 500 blocos foram cadastrados pela Empresa Municial de Turismo de BH (Belotur).
Além disso, estão programados desfiles de escolas de samba, blocos caricatos e atrações nos palcos oficiais que serão espalhados pelas regionais da cidade. No ano passado, o público durante os dias oficiais da festa em BH chegou a 4,3 milhões de foliões. O cálculo é feito da seguinte forma: uma pessoa que vai a 10 blocos ao longo do carnaval é contabilizada 10 vezes. Por isso, o número sempre ultrapassa – e muito – a quantidade de habitantes da capital mineira, que é de cerca 2,5 milhões, segundo o IBGE.
Os estragos causados pelas fortes chuvas de janeiro estão entre as preocupações que têm afligido os foliões nesta reta final para o carnaval. Áreas do Hipercentro e da Região Centro-Sul, conhecidas tradicionalmente por receber a maioria dos blocos de rua durante a folia, foram bastante afetadas pelos temporais de janeiro e ainda estão em obras. Por este motivo, a Belotur informou que trajetos de alguns deles serão alterados levando em consideração áreas de risco apontadas pela Defesa Civil.
Para o sucesso de uma programação intensa como esta, R$14,3 milhões estão sendo investidos por meio de dois grande patrocinadores: a Skol e o aplicativo Ifood. Desse montante, R$ 6 milhões são repassados em verba direta (como o auxílio aos blocos) e R$ 8,3 milhões em planilhas de estruturas e serviços (banheiros químicos, gradis, etc.), captados por meio de Edital de Patrocínio. Todo o orçamento da Belotur é proveniente de investimento privado.
No entanto, para colocar o bloco na rua, a verba é apenas um dos itens essenciais. Para que o carnaval de BH seja nota 10 em todos os requisitos, o auxílio do poder público se faz fundamental, já que é ele quem garante organização, limpeza e proteção dos moradores e visitantes. Em 2019, 204 mil turistas entraram na folia de BH e 88,4% disseram ter a intenção de retornar em 2020. Expectativa que deixa o setor hoteleiro otimista com relação ao evento. Segundo o sindicato da categoria, hotéis situados no entorno da Avenida do Contorno estão com 70% de vagas reservadas, principalmente para sexta-feira (21) e sábado (22) de carnaval.
Comércio
Quem também está otimista são os 14.696 ambulantes que irão comercializar bebidas e adereços carnavalescos nas ruas, número 12% maior que no mesmo período do ano passado quando houve 13.114 cadastros. Em tempos de desemprego, a oportunidade enche os olhos de quem precisa de um reforço no orçamento. A retirada das credenciais começa amanhã e, com elas, os ambulantes estão liberados para trabalhar nos ensaios de blocos de rua durante o pré-carnaval e nas concentrações e desfiles, entre 8 de fevereiro e 1º de março.Mais de 600 postos de emprego temporário também foram abertos pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Os trabalhadores contratados irão reforçar a varrição das ruas, garantindo a limpeza da cidade durante o evento.
No quesito segurança, o Centro de Operações Integradas (COP) se reforçou mais uma vez para acompanhar os locais de aglomeração de pessoas. Quase 2 mil câmeras de videomonitoramento em tempo real serão utilizadas de forma integrada aos órgãos de segurança municipais, estaduais e federais para responder de forma mais ágil aos eventuais problemas.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina