(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas EXCLUSIVO

Caso Backer: os bastidores do trabalho dos médicos diante da 'doença misteriosa'

Este nefrologista pediu aos técnicos do IML para dosar o dietilenoglicol nas amostras


postado em 10/02/2020 06:00 / atualizado em 30/04/2020 16:07


Casos de pacientes anteriores a dezembro de 2019 estão em revisão e foram também notificados a autoridades sanitárias. Nefrologistas e neurologistas criaram grupos de Whatsapp para compartilhar artigos e as pesquisas por um diagnóstico apoiaram o trabalho dos técnicos do Instituto Médico Legal. Neste segundo episódio da série especial em podcast O Caso Backer, esses são alguns dos detalhes revelados sobre a misteriosa contaminação de cervejas que chamou a atenção do país no começo deste ano. Nosso entrevistado é o nefrologista Fabrício Augusto Marques Barbosa, um dos primeiros a notificar as autoridades de saúde. Ouça abaixo o episódio completo e veja aqui os principais trechos da entrevista exclusiva com o médico.

A primeira notificação
“É muito angustiante não ter uma resposta. O quadro evoluiu e, além do comprometimento renal, começaram as questões neurológicas. Em contato com outros médicos, entendemos que aquela repetição de uma doença desconhecida demandava que a gente fizesse a comunicação às autoridades” 

Os primeiros quadros coincidentes
“Principalmente através desses dois pacientes (Luis Felippe Telles e Paschoal Demartini, marido e pai de Camila Demartini, entrevistada no primeiro episódio de O caso Backer), a gente começou a tentar ver o que poderia ter em comum nesses casos. Eram dois pacientes que estiveram no mesmo ambiente em torno da época do Natal, consumiram os mesmos alimentos, na mesma área de Belo Horizonte, o Buritis”

As pesquisas
As duas principais hipóteses eram intoxicação ou doença infecciosa. Foi um grande trabalho em conjunto das equipes de nefrologia, infectologia, equipe de toxicologia, pra gente tentar achar o que que é que tinha causado aqueles sintomas. Fizemos um grupo de Whatsapp com nefrologistas e neurologistas, porque é algo muito incomum, a gente não vê na prática clínica, não tem nenhuma doença que a gente conheça que evolua dessa forma. Vários colegas deram contribuições enviando artigos. Eu cheguei a pensar por exemplo, fortemente, em uma infecção por Zika vírus, cheguei a achar estudos em ratos que diziam que poderia dar insuficiência renal. Isso já até tentando extrapolar mesmo que poderia ser poderia ser algum vírus novo, alguma coisa nova e a gente foi descartando tudo. Todos os exames foram dando negativos para os agentes infecciosos e a gente foi aumentando a força da hipótese de uma intoxicação.

A confirmação
“Eu fiquei extremamente envolvido no caso, ligando para várias pessoas inclusive em contato com a equipe do IML e falando com eles: ‘A única substância que realmente parece que fecha tudo é o dietilenoglicol então dosa aí nas amostras para a gente ver se a gente consegue achar’. A partir daí é que veio a notícia de que de que os testes foram positivos tanto no sangue de alguns pacientes e posteriormente nas amostras da cerveja. Foi com isso que conseguimos fechar o diagnóstico. Não havia mais dúvidas.”

Casos anteriores em revisão
Eu tenho experiência de apenas um caso que teve uma recuperação neurológica muito satisfatória, com sequelas muito pequenas. Mas há relatos de outros casos que tem sequelas mais graves e a gente só vai conseguir saber disso daqui algum tempo. Acho que a gente só vai ter uma ideia definitiva disso a partir de seis meses, a partir do segundo semestre.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)