O caos vivido pela educação em Minas Gerais – marcado, principalmente, pelos problemas enfrentados pelos pais para matricular seus filhos na rede estadual – também se estende a Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Professores estão de greve na cidade desde quinta-feira (6) e cobram reajustes para a categoria, inclusive para as agentes de serviço escolar. Enquanto isso, a prefeitura informa que já deu aumento de 5% para todas as categorias da cidade.
De acordo com Luiz Fernando de Souza Oliveira, coordenador da subsede Betim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), a cidade tem uma das maiores arrecadações da Grande BH, mas os servidores continuam recebendo pouco.
“Ganhamos salários mais baixos que profissionais de cidades menores da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Mário Campos, Esmeraldas e Igarapé. O alfabetizador ganha R$ 1.378,51 em Betim, mas o piso nacional é de R$ 2.816,24”, afirma Luiz Fernando Oliveira.
Quanto aos agentes de serviço escolar, o sindicato informa que esses profissionais ganham menos que o salário-mínimo vigente: R$ 741,78 contra R$ 1.045, uma diferença superior a R$ 300.
Outra cobrança diz respeito ao que o sindicato chama de falta de diálogo da prefeitura, que ainda não sentou com a categoria para discutir as demandas ainda não atendidas.
Dois documentos assinados pelo prefeito Vittorio Medioli (PHS), um ainda em campanha (2016) e outro em 2017, garantiam o compromisso do Executivo municipal com a educação, mas, conforme o Sind-UTE, várias questões não foram atendidas até aqui.
Há uma assembleia marcada pelo sindicato para esta quarta-feira (12), às 9h, no salão da Paróquia São Francisco de Assis, no Bairro Angola, em Betim. Na ocasião, os professores vão discutir a continuidade da paralisação.
Segundo o Sind-UTE, entre 70% e 80% dos servidores da educação aderiram à greve.
Outro lado
Em nota, Secretaria Municipal de Educação de Betim informou que “nenhum servidor do município de Betim recebe menos que o salário-mínimo nacional”
A prefeitura também informou que anunciou um aumento de “5% nos vencimentos de todas as categorias, incluindo aposentados e pensionistas” no início de fevereiro.
Quanto ao salário dos servidores da educação infantil, que segundo o Sind-UTE está abaixo do piso nacional, a prefeitura ressaltou que garantiu aumento salarial gradativo a esses professores. Com isso, conforme a nota do Executivo municipal, os vencimentos atingiriam o nível solicitado pela categoria ainda neste ano.
A administração municipal informou, ainda, que “reafirma sua disposição em manter o diálogo constante com os professores”, a partir de uma reunião semanal que compreende uma “agenda de negociação e planejamento junto aos técnicos e gestores da Secretaria de Educação”.
A prefeitura não informou qual o contingente de professores que aderiram à paralisação.