A desempregada Elaine Cláudia dos Santos Moreira, de 30 anos, três filhos, saiu de casa ontem, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para uma missão importante na capital – e, com muita consciência, trouxe o irmão, Marcos, para a estreia no ato que considera de amor ao próximo. “Estava chovendo lá, mas, mesmo assim, decidi vir doar sangue. Fiz isso regularmente até 2013 e agora estou voltando”, contou Elaine, que se preocupa com os estoques baixos nos bancos de sangue, principalmente na proximidade do carnaval. Certa de que quem doa hoje pode precisar amanhã, ela recorda que o primo, ainda bebê, necessitou de transfusão devido a um quadro de anemia. “Devemos ser solidários”, disse, enquanto entregava o braço à técnica de enfermagem Cássia Aparecida da Silva, no Hemocentro da Fundação Hemominas, na Região Centro-Sul de BH.
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A Hemominas é responsável por 96% de sangue para todas as transfusões realizadas no estado e mantém um gabinete de crise: o grupos traça ações estratégicas para a adequação do estoque em períodos de possível queda de estoque e aumento da demanda, a exemplo do carnaval.
Fortalecer
Na tarde de ontem, o motoboy Anderson Moreira, de 45, casado, três filhos e morador da Serra, na Região Central de BH, contou que há um ano e meio comparece ao Hemocentro para doar. “Meu sangue é O positivo. Penso muito que pode ocorrer um acidente, alguém se ferir durante o carnaval. Então, é preciso fortalecer o estoque”, disse Anderson, enquanto era atendido pela técnica de enfermagem Sandra Sales.
Moradora da Região do Barreiro, a auxiliar administrativa Fernanda Cristina Grigoleto, de 30, destacou a importância do ato: “Você sabia que meu sangue pode salvar a vida de cinco pessoas? Graças a Deus, posso ajudar”, disse Fernanda, que havia doado pela penúltima vez em 2013. “Agora serei voluntária novamente”, prometeu. Cada pessoa pode doar a cada vez até 450 mililitros.