Profissionais da rede municipal de ensino de Juiz de Fora, na Zona da Mata, iniciaram paralisação de 48 horas, nesta quarta-feira (12). De acordo com o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), as principais reivindicações são a realização de concurso público com manutenção do atual plano de carreira; e reajuste salarial de acordo com o piso nacional estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para toda a categoria.
Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 12, os trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do próximo dia 19. Nesta quinta-feira, 13, eles participam de audiência pública na Câmara Municipal.
O Sinpro ressalta que vem cobrando, há 10 anos, a realização de concurso público na área da educação. Ainda segundo o sindicato, a administração municipal propõe mudanças na carreira que retiram direitos e reduzem o número de postos de trabalho na rede.
A direção do Sinpro relata que foram feitas duas reuniões com a prefeitura, em 18 e 30 de janeiro, e foi confirmada a intenção de enviar, até 18 de fevereiro, o projeto de modificação da carreira. A proposta de alteração atinge professores, secretários, coordenadores, tanto efetivos quanto contratados.
Em nota, a prefeitura confirma que há uma década não é realizado concurso para a área na cidade e informa que a proposta do projeto de lei a ser enviada à Câmara Municipal no próximo dia 18 viabiliza a realização do processo seletivo para a educação, com previsão de 900 vagas e criação de dois novos cargos de professor.
Confira a íntegra da nota da prefeitura
“A Prefeitura de Juiz de Fora informa que a proposta do projeto de lei a ser enviada para a Câmara no próximo dia 18 de fevereiro viabiliza a realização de concurso público para a área da educação, com previsão de 900 vagas e criação de dois novos cargos de professor. A medida contempla a necessidade de concurso para a área, o que não acontece há uma década. Todo processo vem sendo discutido com a categoria desde meados de 2019. Por conta da situação fiscal do município, que, entre outras questões, envolve um déficit atuarial previdenciário da ordem de R$ 4 bilhões, a proposta a ser encaminhada propõe readequação das carreiras dos aprovados no certame a essa nova realidade fiscal.”
Greve estadual
Trabalhadores da educação estão em greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino, desde o último dia 11. A decisão foi tomada durante Assembleia Estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas gerais (Sind-UTE/MG), realizada no último dia 5.
A categoria reivindica o pagamento do piso salarial nacional, a defesa do emprego e do direito a uma educação pública de qualidade social.
Segundo a coordenadora da subsede do Sind-UTE, Victória Mello, a adesão em Juiz de Fora ainda é parcial. Victória relata que, devido a problemas no sistema de matrículas, muitas escolas ainda estão formando turmas e definindo o quadro de professores.