Jornal Estado de Minas

Justiça acata pedido do MP e bloqueia bens da Backer

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou o pedido do Ministério Público estadual e bloqueou parte dos bens da cervejaria Backer, principal suspeita de ter causado a intoxicação exógena de dezenas de pessoas. Os valores, segundo o portal G1, chegam a R$ 100 milhões.


O pedido foi protocolado pelo MP na última terça-feira (11) e julgado procedente nesta sexta (14). A audiência aconteceu no Fórum Lafayette, localizado no Bairro Barro Preto, Centro-Sul de BH. O processo corre em segredo de Justiça.




Na ação, a promotoria mineira alegou que a Backer não cumpriu medidas do acordo extrajudicial firmado com o MPMG. Segundo o órgão, a companhia de bebidas artesanais negou “apoio aos consumidores que ingeriram as cervejas colocadas no mercado de consumo”.


Em nota, a Backer informou que a fundamentação da promotoria não procede. “Diferentemente do alegado, (o acordo) foi integralmente cumprido pela Backer”, informou a cervejaria. “A empresa está tomando as medidas cabíveis visando prevalecer a verdade dos fatos”, completou.


Ainda na ação judicial, o Ministério Público pedia que a Backer custeasse o tratamento das vítimas ainda hospitalizadas e pagasse salário para aqueles que estão impossibilitados de trabalhar.




Contudo, como o processo tramita em segredo judicial, não é possível saber se essas solicitações da promotoria também foram acatadas.


Até o momento, são 34 vítimas com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol. A susbtância tóxica foi encontrada em 41 lotes de 10 rótulos da cervejaria e, quando ingerida, se torna compatível aos sintomas manifestados pelos internados.


Investigação policial


A Polícia Civil estende, a partir de agora, o inquérito sobre a contaminação das cervejas da Backer, passando a investigar pacientes com o mesmo quadro em período anterior, no caso, desde 2018. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa na 4ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Estoril, no Oeste de Belo Horizonte, nesta sexta-feira.




“Há uma coincidência pregressa, que é o consumo de cerveja. Temos pessoas com debilidade pequena mas temos pessoas em condições graves”, disse o delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso.


Quanto aos exames de sangue que ainda faltam, a polícia prevê que os resultados estarão disponíveis em 15 dias, a partir da semana que vem.


Esses exames analisarão a presença não só do dietilenoglicol, mas também para o monoetilenoglicol, outro composto orgânico tóxico encontrado em cervejas da marca.