Mais de 69% dos acidentes de trânsito com vítimas, em Minas, durante o carnaval de 2019, resultaram em mortes ou invalidez permanente. O levantamento é da Seguradora Líder, empresa responsável por administrar o Dpvat, e leva em conta todos os pedidos de indenização feitos à empresa durante os seis dias de folia – sexta-feira a quarta-feira de cinzas.
Ao todo, a seguradora recebeu 335 pedidos de indenização em todo estado, sendo 48 por mortes, 184 por invalidez permanente, além de 103 despesas de assistências médicas e suplementares.
Em Belo Horizonte, o índice foi ainda maior. Dos 36 pedidos, 72% foram relacionados a mortes ou invalidez permanente. Ao todo, o Dpvat registrou 5 mortes e 21 casos de sequela permanente na capital mineira. A seguradora ainda recebeu 10 pedidos de indenizações por despesas de assistência médica e suplementares.
BRASIL
No cenário nacional , os índices são semelhantes. Em todo o Brasil, 73% dos pedidos de indenização registrados pela seguradora, da sexta-feira de carnaval à quarta-feira de cinzas, tiveram como consequência mortes (492) ou sequelas permanentes (1.980). Ao todo, foram solicitadas 3.346 indenizações.
Do total de acidentes relatados no período, mais de 2.500 ocorrências (77%) envolveram motocicletas. Além disso, se analisados os casos envolvendo apenas os condutores, 81% das vítimas eram motociclistas. Jovens entre 18 e 34 anos representam 50% de todos os acidentes cobertos pelo Dpvat.
Os dados também apontam que, durante o carnaval do ano passado, o sábado e o domingo foram os dias com os maiores índices de acidentes, registrando juntos 40% de todas as ocorrências. Além disso, 47% aconteceu durante o anoitecer ou pela manhã.
Por fim, o levantamento aponta que o Nordeste concentrou 34% das ocorrências, enquanto o Sudeste registrou 28%. As duas regiões são as que recebem as maiores festas de carnaval do país.
Apesar do alto índice, os números ainda são inferiores que os registrados em 2017 e 2018, nas três categorias (morte, invalidez permanente e despesas de assistências médicas e suplementares). Em 2017, foram registradas 699 mortes em todo o Brasil durante a folia, 207 a mais que no ano passado e 124 a mais do que em 2018.
Quanto ao número de acidentes que ocasionaram invalidez permanente, 2017 também apresenta índices superiores, somando 3.523 casos, enquanto em 2018 foram 2.740 e, no ano passado, 1.980.
A previsão do Dpvat é de que os números de 2018 e 2019 ainda aumentem, uma vez que, após o acidente, o beneficiário têm até três anos para dar entrada com o pedido.
CARNAVAL 2020
Para os seis dias de folia deste ano, a Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais preparou uma operação para diminuir o número de acidentes nas estradas do estado com a maior malha viária do país. Umas das novidades, será o uso de 300 bafômetros que detectam a presença de álcool no sangue do motorista apenas pela aproximação.
Dirigir alcoolizado é infração gravíssima, punida com suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por 12 meses e multa de R$ 2.934,70. Quem se negar a fazer o teste também está sujeito a multa e apreensão do veículo.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz