Para preservar os filhos, a mãe preferiu não se identificar, mas contou como tudo aconteceu. “No dia 28 de dezembro minha filha começou a passar mal, vomitando, sonolenta, chorando muito. Inicialmente acreditei que fosse algo que havia comido. No outro dia de manhã, os sintomas persistiram e ela mal conseguia ficar em pé. Quando a Letícia chegou, percebi que ela estava atordoada, mas, ao mesmo tempo, ela tentava falar coisas para que eu pudesse imaginar que não era nada grave”, explicou.
Mas, de acordo com o relato da mãe, o pior ainda estava por vir. “Minutos apos chegar em minha casa e ver minha filha deitada, ela foi cuidar do meu outro filho. Foi quando percebi que ela estava prestes a dar um copo de suco e que estava com um vidro de clonazepam princípio ativo de ansiolíticos como Rivotril. Questionei a ela o que estava fazendo com aquilo. Ela respondeu que se tratava de um fitoterápico caseiro que uma amiga fabricava e apenas colocava no frasco de clonazepam, acrescentou.
Mesmo ainda atordoada, a mãe agiu rápido, o que pode ter sido decisivo para evitar maiores problemas à saúde das crianças. “Imediatamente liguei para o Samu, o qual prestou socorro de maneira rápida. O médico do Samu acionou a PM e assim foi feito o boletim de ocorrência”.
A mãe confessa que jamais havia desconfiado do comportamento da babá, contratada por intermédio de um site que oferece esse tipo de mão-de-obra na capital. “Ela aparentava ser uma pessoa calma, com paciência com as crianças. Jamais imaginei que vivenciaria uma situação dessa. Vejo que devemos ficar mais atentos a internet. Especialmente quando se trata de nossos filhos”.
Com os filhos agora a salvo, a mãe tem ao menos mais um alívio: “Após essa prisão, ainda que seja provisória, vejo que outras crianças e pais não passarão por essa terrível experiência que vivenciamos”.
A babá, que já tinha passagens por furto, será indiciada por tentativa de homicídio com dolo eventual por ter assumido o risco de causar um dano maior às crianças.