Foi encontrado morto numa cela do presídio de Pouso Alegre o norte-americano Sean Karl Grebinger, de 48 anos, que era procurado pela Interpol.
Ele foi preso pela Polícia Federal na última terça-feira (18) na cidade do Sul de Minas, onde aguardaria o processo de extradição.
A polícia civil considera a hipótese de que Grebinger suicidou-se. A perícia recolheu material na cela onde estava o preso para confirmar ou não a hipótese de suicídio, inclusive três cartas que teriam sido deixadas por Grebinger. O preso foi encontrado enforcado com uma "teresa" (corda feita de lençóis) na grade da cela, que não era dividida com outros presos.
Depois do crime, ele fugiu para o Brasil e se casou com uma brasileira para ter permissão de ficar no país. O norte-americano morava em Pouso Alegre há pelo menos um ano.
Dois filhos de Grebinger, de 17 anos e 15 anos, nascidos nos EUA e que estavam em Pouso Alegre, embarcaram ontem para os Estados Unidos, onde ficarão com a avó materna.
No último dia 31 de janeiro, o norte-americano agrediu a esposa em Pouso Alegre e teve que se apresentar na Justiça. A Polícia Federal foi comunicada da presença do foragido. O Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu um mandado judicial de prisão para fins de extradição.
Crime nos Estados Unidos
Segundo informaram autoridades norte-americanas à Polícia Federal brasileira, em 2013, Grebinger assassinou a mulher dele e ocultou o corpo, que nunca foi encontrado.
"As investigações da polícia americana revelaram evidências substanciais de sua autoria no cometimento do assassinato da esposa, além de longo histórico de abusos e violências praticados contra a companheira, que já havia obtido, inclusive, medidas protetivas judiciais contra o marido naquele país", informa comunicado da PF à imprensa.
Segundo o FBI informou à PF, duas semanas após o crime, Grebinger pegou um voo com destino a São Paulo. No Brasil, casou-se com uma brasileira, obtendo permissão de residência no país.
Na tentativa de obter refúgio, forneceu declarações falsas de que foi agente das forças especiais do contraterrorismo americano, além de simular perseguição política nos EUA.
Depois de preso, o americano foi conduzido para o presídio de Pouso Alegre, onde estava à disposição da Suprema Corte até que fosse autorizada sua extradição para os Estados Unidos.