A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) estuda entrar na Justiça contra a Cervejaria Backer, após o advogado da empresa, Estevão Nejm, alegar que “pode haver monoetilenoglicol e dietilenoglicol em qualquer cerveja como parte de um processo de fermentação”. O comentário foi feito nessa quarta-feira, durante uma audiência na Câmara Municipal de Belo Horizonte, que investiga o suporte da cervejaria aos familiares de pessoas que foram intoxicadas pelas substâncias químicas.
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Caso Backer: 'É de invejar quem morreu', diz mulher sobre quadro de intoxicação do maridoEm audiência pública, parentes de vítimas de intoxicação pedem suporte da Backer Polícia Civil realiza segunda etapa de perícia na cervejaria Backer''A Backer quer levar todo o setor para a mesma vala'', diz vice-presidente de sindicato das bebidas''Meu esporte agora é dar um passo'', diz vítima da Backer que deixou hospital nesta sextaJustiça dá 48 horas para Backer pagar despesas médicas de vítimas intoxicadasBacker nega acusação a cervejarias e reafirma que encontrou substância tóxica em outras marcasO sindicalista ainda considera que a frase do advogado isola ainda mais a cervejaria no caso. “O Sindbebidas sempre defendeu a Backer, mas agora o advogado colocou o setor em uma situação insustentável”, afirmou.
De acordo com Falcone, a partir desta sextra-feira, membros da Câmara Setorial da Cerveja, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), se reunirá amanhã, em Blumenau, Santa Catarina, para debater sobre o Caso Backer e suas consequências para o setor.
Por meio de nota, o Mapa também refutou as declarações do advogado da empresa e ressaltou que o caso envolvendo a contaminação por monoetilenoglicol e dietilenoglicol em cervejas da Backer é um “evento isolado e que não coloca risco a segurança das demais cervejas nacionais”.
A pasta federal ainda ressaltou que já realizou testes em mais de uma centena de amostras de cervejas de diversas marcas. Dessas, até agora, só se encontrou a presença das substâncias tóxicas em alguns lotes de cervejas da Backer. Os lotes contaminados foram produzidos entre julho de 2019 e janeiro de 2020.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.